Policiais civis da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) deflagraram nesta terça-feira (18/11) a Operação Conexão Bahia, destinada a desarticular uma organização criminosa atuante desde outubro de 2024 e especializada no furto, adulteração e transporte interestadual de motocicletas subtraídas no Distrito Federal para diversas cidades do interior da Bahia.
Leia também
-
“Empresário do CV” escondia dinheiro em cobertura de luxo com piscina
-
Empresário ligado ao CV, “Mentor de Barricadas” é alvo da polícia
-
O que disse cabelereira baleada em carro de app em tiroteio de facções
No total, foram cumpridos 14 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão, distribuídos no Distrito Federal (Recanto das Emas, Ceilândia, Gama, Itapoã, Taguatinga e Santa Maria), além de endereços em Goiás, São Paulo e Bahia. Diversas motocicletas adulteradas foram apreendidas, juntamente com placas falsas, documentos ilícitos, celulares, ferramentas de furto e comprovantes financeiros utilizados na movimentação dos valores criminosos.
Veja imagens:
Buscas nas casas dos investigados
Reprodução / PCDF2 de 6
Moto adulterada
Reprodução / PCDF3 de 6
Placas dos veículos
Reprodução / PCDF4 de 6
Buscas
Reprodução / PCDF5 de 6
6 de 6
Operação da Corpatri contra furto de motos no DF
Reprodução / PCDF
Entenda como a organização agia:
- As apurações revelaram um esquema altamente estruturado, com divisão de tarefas e ramificações em diferentes unidades da federação.
- O núcleo operacional do grupo, estabelecido no DF, atuava principalmente nas regiões do Recanto das Emas, Ceilândia, Taguatinga, Gama, Riacho Fundo, Santa Maria e SIA.
- Os furtos de motocicletas — especialmente Honda CG 160 — eram nessas regiões, locais onde aconteciam as adulterações de placas, chassi e outros sinais identificadores.
- A logística de apoio incluía depósitos clandestinos e pontos de ocultação distribuídos nessas regiões.
Paralelamente, as investigações identificaram núcleos especializados em falsificação documental situados em Guarulhos (SP) e Valparaíso (GO), responsáveis por fornecer CRLVs falsos, pesquisas veiculares clandestinas e documentação destinada a “regularizar” motocicletas adulteradas. Esses falsificadores compunham a engrenagem essencial para reinserção dos veículos no mercado clandestino.
Na Bahia, receptadores e financiadores localizados em Correntina, Carinhanha e Santa Maria da Vitória recebiam os veículos já adulterados, realizando pagamentos contínuos aos operadores do DF e estabelecendo uma cadeia criminosa estável, eficiente e altamente lucrativa.
Estima-se que o grupo subtraiu e adulterou cerca de 150 motocicletas ao longo de dois anos no DF, vitimando principalmente profissionais de aplicativos de entrega, abastecendo o mercado ilícito do estado da Bahia, que pode contar com mais de um terço da frota adulterada, em municípios mais afastados (estimativa informal).
As quebras de sigilo bancário e telemático revelaram movimentação superior a R$ 1,1 milhão em aproximadamente um ano e meio, com utilização de “laranjas”, pulverização de pagamentos e repasses fracionados, evidenciando a prática consistente de lavagem de dinheiro. O prejuízo total causa à coletividade e às vítimas soma centenas de milhares de reais, dadas a quantidade de veículos furtados, adulterados e revendidos.
