Um enfermeiro do Hospital Regional do Paranoá registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), no sábado último (13/12), após servidores da unidade de saúde receberem uma ameaça de atentado.
Segundo o trabalhador, um paciente, que não conseguiu atendimento médico teria dito a equipe que retornaria em breve ao hospital para “balear todo mundo”.
Conforme o registro policial, os servidores teriam sido alertados sobre a ameaça por meio de um grupo no aplicativo WhatsApp. Nele, uma enfermeira narrou que o paciente procurou o hospital na primeira semana de dezembro e recebeu classificação vermelha na clínica médica. Sem atendimento, ele registrou denúncia na ouvidoria, mas não teria recebido retorno da Secretaria de Saúde por dias.
Na sexta-feira (12/12), o homem retornou ao Hospital do Paranoá e recebeu a mesma classificação vermelha. Nesse momento, o paciente ameaçou voltar ao hospital armado para se vingar.
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O boletim de ocorrência foi registrado pelo servidor público Leandro Chagas Demetrio. No documento, o enfermeiro contou que a ameaça não foi direcionada apenas a uma pessoa, mas sim a todos os trabalhadores do local, “gerando sensação de medo, insegurança e risco iminente à integridade física e à vida dos trabalhadores do setor”.
Conforme Leandro, a equipe de enfermagem e demais profissionais da unidade convivem “rotineiramente com agressões verbais, ameaças e situações de extrema tensão”.
Para o servidor, ao proferir a ameaça, o paciente buscou responsabilizar, “de forma indevida”, a equipe assistencial pela “incapacidade operacional da rede pública de Saúde”. De acordo com ele, o “Hospital da Região Leste não dispõe de estrutura suficiente para atender à crescente demanda de usuários do SUS”.
O enfermeiro também registrou requerimento junto a Secretária de Saúde. No documento, ele pede proteção aos servidores e atendimento devido aos usuários em todos os níveis de assistência das Unidades de Saúde do DF. “Esse nosocômio vive estrangulado por falta de retaguarda suficiente tanto na atenção primária, quanto na atenção secundária”, disse Leandro.
O Metrópoles procurou a Secretaria de Saúde, mas não obteve retorno até a última atualização do texto. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a ameaça.