A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (25), a Operação Falácia, com o objetivo de desarticular um grupo suspeito de envolvimento em crimes de corrupção, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e crimes eleitorais no estado de Alagoas. As investigações têm como principal alvo o vereador de Maceió Siderlane Mendonça (PL), do grupo de JHC, apontado como o possível líder da organização criminosa.
Com autorização da Justiça Eleitoral de Maceió, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão nas cidades de Maceió e Rio Largo, além da execução de 17 medidas cautelares, entre elas o afastamento do vereador do cargo público e o bloqueio de bens dos investigados, com valor estimado em mais de R$ 200 mil.
De acordo com as investigações, o grupo operava desviando verbas públicas, possivelmente oriundas de contratos firmados com empresas ligadas ao núcleo criminoso. O dinheiro era então movimentado e “esquentado” por meio de transações financeiras com empresas de fachada e intermediários — prática comum em esquemas de lavagem de dinheiro.
O nome da operação, Falácia, faz referência ao uso de artifícios legais e discursos falsos por parte dos investigados para encobrir os crimes e conferir aparência de legalidade às atividades ilícitas.
A PF ainda investiga a possível utilização desses recursos para financiamento de campanhas eleitorais, o que pode configurar abuso de poder econômico e violação à legislação eleitoral.
Em nota, a Polícia Federal informou que os materiais apreendidos serão periciados, e os dados obtidos durante a operação poderão resultar em novas fases da investigação. O inquérito segue sob sigilo judicial.
Se comprovadas as acusações, os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, associação criminosa e crimes eleitorais, com penas que podem ultrapassar 20 anos de reclusão.