Seis investigados por agiotagem e extorsão foram presos na manhã desta sexta-feira (28/11) por policiais civis da 5ª Delegacia Regional de Luziânia. A coluna Na Mira apurou que entre os detidos estão três policiais militares de Luziânia, uma advogada — esposa do líder da organização criminosa — e dois civis.
Vídeo:
“Aqui no Goiás você vai aprender como funciona”
A vítima que é agredida e tortura estava agachada no chão, resmungando de dor, chorando e sussurrando “Aí”. Um homem o agrediu diz: “Tira da casa dos outros. Aqui no Goiás você vai aprender como funciona”. O agressor chutou a vítima e ordenou: “Levanta! Cola aqui até às 9 da noite.”
A vítima respondeu: “Eu não sei onde está a lente do meu óculos. Não consigo enxergar.” O agressor retrucou: “Então vai morrer atropelado.” Quando a vítima finalmente localizou a lente, a advogada gritou: “Levanta! Levanta o braço, porra!” e partiu para o ataque.
Mais detalhes:
- A investigação aponta que grupo atuava como uma organização criminosa estruturada.
- A operação mira crimes de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro.
- Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os agentes recolheram diversas armas e cerca de R$ 10 mil em espécie.
A advogada, além de oferecer suporte jurídico para “blindar” a quadrilha, também teria participado diretamente das cobranças, agindo com violência. Em um vídeo ao qual o Metrópoles teve acesso, ela aparece golpeando uma das vítimas com um cassetete durante uma cobrança.
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Informações preliminares indicam que o grupo movimentava grandes quantias de dinheiro e recorria sistematicamente a ameaças e agressões físicas contra devedores submetidos a juros abusivos. Há relatos de vítimas que viviam sob constante intimidação, temendo novas investidas violentas.
A coluna Na Mira entrou em contato a OAB-GO. O espaço segue aberto para manifestações.
Em nota, a Polícia Militar de Goiás informou que a corporação teve conhecimento da operação da Polícia Civil e que não compactua com desvios de conduta e reitera seu compromisso com a ética, a legalidade e a transparência. As medidas administrativas cabíveis já foram adotadas e seguirão em estrita observância às normas internas.
A Polícia Militar do Estado de Goiás permanece colaborando integralmente com as investigações, a fim de esclarecer todos os fatos no âmbito judicial.
