Na manhã desta quinta-feira (31), a Polícia Civil do Rio de Janeiro, em colaboração com o Ministério Público do Estado, deflagrou a Operação Queops, que visa desmantelar um esquema de pirâmide financeira que movimentou cerca de R$ 1 bilhão desde 2015. As investigações revelam que essa organização criminosa teria causado sérios prejuízos a centenas de pessoas, destacando-se como a maior pirâmide financeira já registrada no estado.
De acordo com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ), 39 pessoas foram denunciadas. A operação incluiu o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão contra quatro dos principais envolvidos.
O esquema atuava de forma sofisticada, visando principalmente militares, aposentados, pensionistas e servidores públicos. Os criminosos criaram 15 empresas, cuja única finalidade era aplicar o golpe.
Os golpistas operavam de duas maneiras principais:
- Empréstimos Fraudulentos: As vítimas eram induzidas a contrair empréstimos por meio de uma instituição bancária indicada pelos criminosos. Ao final, a vítima recebia apenas 10% do valor, enquanto os 90% eram transferidos para uma das empresas do grupo, que prometia pagar integralmente o empréstimo. No entanto, esses pagamentos não eram realizados.
- Reformas de Dívidas: Para aqueles que já tinham empréstimos, os criminosos ofereciam um refinanciamento que prometia uma redução nas parcelas e um ganho de 10% sobre o saldo devedor. Usando os dados da vítima, contraiam novos empréstimos e, ao receberem valores superiores aos acordados, convenciam as vítimas a devolver o excedente, aumentando ainda mais suas dívidas.
Além dos golpes financeiros, a organização não hesitava em ameaçar suas vítimas para evitar que denunciassem as fraudes. Essa tática de intimidação contribuiu para o crescimento da organização, que continuava a se expandir, estabelecendo novas empresas para perpetuar os crimes.
A Operação Queops representa um passo significativo na luta contra a criminalidade financeira no Rio de Janeiro. As autoridades reforçam a importância da denúncia de casos semelhantes e a conscientização sobre os riscos associados a esquemas de pirâmide e fraudes financeiras.