O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Barcellar (União), foi preso na manhã desta quarta-feira, 3, durante a deflagração da Operação Unha e Carne, da Polícia Federal. Ele é suspeito de ter vazado informações sigilosas da Operação Zargun, que resultou, em setembro, na prisão do então deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, acusado de envolvimento com o Comando Vermelho.
Barcellar foi detido em sua residência, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. Segundo a investigação, havia uma relação de proximidade entre o chefe do Legislativo estadual e TH Joias, além de indícios de que informações protegidas por sigilo teriam sido repassadas ao parlamentar investigado. O nome da nova operação faz referência direta a essa suposta ligação.
No cumprimento das ordens judiciais, agentes da Polícia Federal executaram um mandado de prisão preventiva e oito de busca e apreensão. Também foi determinada a aplicação de medidas cautelares, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz o caso por envolver autoridade com foro privilegiado.
TH Joias foi preso em setembro sob acusações de tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, ele também atuaria na negociação de equipamentos e armas com integrantes do crime organizado. O parlamentar teve o mandato suspenso após a prisão.
Rodrigo Barcellar é considerado uma das principais lideranças políticas do Estado do Rio e vinha sendo apontado nos bastidores como potencial sucessor do governador Cláudio Castro (PL), que deve deixar o cargo em 2026 para disputar uma vaga ao Senado.
Procurado, o gabinete do presidente da Alerj não respondeu aos contatos até a publicação desta reportagem. A defesa do parlamentar também não se manifestou.