Um projeto que pretendia conceder título de cidadão honorário de Brasília ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou debate acalorado e confusão no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta terça-feira (11/11).
A iniciativa, apresentada pelo deputado distrital Joaquim Roriz Neto (PL), chegou a ser incluída na pauta de votação, mas acabou retirada pelo autor diante da falta de apoio suficiente entre os parlamentares.
O projeto foi defendido por Roriz Neto como uma forma de reconhecimento ao presidente estadunidense, mas a proposta dividiu a Casa.
Deputados da oposição classificaram a homenagem como inadequada e incompatível com o papel da Câmara Legislativa.
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O deputado Fábio Félix (Psol) foi o primeiro a discursar contra a proposta. O parlamentar argumentou que conceder o título a Trump seria um gesto político controverso e sem relação com a capital federal.
Chico Vigilante, por sua vez, chamou o presidente estadunidense de pedófilo e disse que ele “atenta contra a democracia do Brasil”.
“Cria confusão em todos os cantos do mundo. Acha que pode mandar no Brasil e que pode mandar no resto do mundo. Minha avó dizia que no final dos tempos ia surgir uma besta-fera. Eu já disse aqui nessa tribuna, mais de uma vez, que a besta-fera é Donald Trump. Estou convicto disso”, começou Chico Vigilante (PT).
“O Trump é um pedófilo, gente. Essa Câmara vai conceder o título de cidadão honorário para o pedófilo? Essa Câmara vai conceder o título de cidadão honorário para quem ataca a democracia do Brasil a cada instante? Sinceramente, eu acho que a Câmara não pode conceder esse título”, pontuou.
Durante a sessão, o presidente da CLDF, deputado Wellington Luiz (MDB), também comentou o projeto. O distrital afirmou que, embora tenha apreço por Joaquim Roriz, não se sentia confortável em aprovar a homenagem. “Eu vou votar em consideração ao Joaquim. Porém, não me sinto confortável em votar a favor”, disse.
Em defesa da iniciativa, Jorge Vianna (PSD) lembrou que a Câmara já concedeu honrarias a personalidades de fora do Distrito Federal, citando a vereadora carioca Marielle Franco como exemplo.
Com a palavra, Ricardo Vale (PT), vice-presidente da Casa legislativa, também pediu a retirada do projeto. “Se fosse qualquer ‘paiseco’ do mundo, não iria aprovar um projeto como esse para qualquer presidente brasileiro, seja de esquerda ou de direita; Não vamos passar essa vergonha”, declarou.
Após perceber que não teria quórum para a aprovação, Joaquim pediu para que o projeto fosse apreciado posteriormente.