Mais de mil visitantes compareceram ao Zoológico de Brasília no primeiro dia de reabertura do local nessa segunda-feira (7/7). O local voltou a funcionar após 36 dias fechados por causa da confirmação de dois casos de gripe aviária em animais no parque.
De acordo com o diretor-presidente do zoo, Wallison Couto, o período de inatividade do local foi “desafiador” para toda equipe do zoo e conta que agora todos estão ansiosos para poder receber o público de volta.
A reabertura seguirá normas de biosseguridade adotadas pela equipe do zoológico e inclui medidas reforçadas para proteção dos animais e do ambiente. O diretor-presidente destacou que os visitantes não terão nenhuma restrição ou medidas preventivas sanitárias a serem tomadas no acesso.
“O que teremos de protocolo a ser seguido será interno e direcionado aos tratadores que estão tendo acesso às aves, em que eles não terão contato com outros animais. É uma questão de quarentena e do cuidado mesmo que a gente está tendo aqui no parque com os animais para evitar a transferência do vírus, apesar de não tê-lo mais hoje”, explicou.
Wallison acrescentou também que os visitantes não precisam ter medo do contato com as aves:
“Nós vamos ter visitas guiadas e postagens nas redes sociais em que vamos falar bastante sobre isso para o pessoal que voltar ao parque, não precisar se preocupar. Todos os animais estão saudáveis para que os visitantes possam voltar normalmente e aproveitar bastante.”
A decisão de reabrir o zoológico levou em conta a estabilidade do cenário epidemiológico e a ausência de novos casos da doença no DF.
Um dos tratadores das aves do zoo realizando a limpeza em um dos habitats de um aviário
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Recinto dos emus – local de um dos casos confirmados de gripe aviária – está interditado por tapumes e deve ser reaberto em breve
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Aves migratórias são a provável causa da contaminação por gripe aviária do irerê e do emu no Zoológico de Brasília
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As aves Ema, “parente” do emu, em seu habitat do zoo próximo ao recinto
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As expectativas da reabertura
A jovem estudante Maria Isabel Taquete, 13 anos, foi à reabertura acompanhada de seus primos e contou que estava muito animada para poder ver os animais novamente e citou a sensação de estar “segura” com a volta das atividades do parque.
Outro estudante que aproveitou a reabertura foi o jovem Aquiles Dantas, 14 anos, que estava com expectativa alta para a reabertura e com um objetivo em mente.
“Vim para Brasília pela primeira vez na minha vida para isso, por que sempre gostei de animais. Espero hoje conseguir ver principalmente os elefantes e o lobo-guará”, explicou o estudante.
Além de Aquiles, mais pessoas fora do Brasil vieram para a reabertura, como é o caso do arquiteto Bruno Maschio, 30 anos. O paulista veio para a capital a trabalho em uma pesquisa, justamente sobre o zoo, a respeito da relação da cidade da arquitetura moderna com os animais e trouxe uma reflexão acerca da reabertura aos visitantes.
“O fechamento foi justificado, só que eu acho que agora a gente precisa problematizar a saúde e o bem-estar dos animais. É levar o debate para além da esfera da doença e pensar na condição deles no dia-a-dia e no cuidado deles”, refletiu o arquiteto.
E não é somente os visitantes que estão criando expectativa com a reabertura. A permissionária Maria do Socorro Fausta de Lima, 60, trabalha no Zoológico vendendo pipoca há 29 anos e torce para que a reabertura, somado ao período das férias escolares, rendem coisas boas ao seu trabalho.
“Ficar em casa estava difícil, mas graças a Deus reabriu e agora é continuar e torcer para que essas férias sejam boas”, disse.
Confira como foi reabertura:
Programação especial
Durante todo o mês de julho, devido às férias escolares, o zoo irá abrir todos os dias da semana. Este período é o pico de visitas do local que estima receber mais de 150 mil visitas durante o mês.
Além disso, durante esta semana, o Zoológico terá dois momentos de visitas guiadas aos visitantes todos os dias: às 9h e às 14h. Para participar basta ir ao ponto de encontro na estátua da elefante Nelly, localizada logo após a entrada do parque.
A entrada custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Aos domingos, o ingresso é gratuito, como parte do programa Lazer para Todos.
Entrada do zoo
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Família aproveitando o passeio na reabertura do local
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Criança apreciando um dos elefantes do zoo
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
O que aconteceu
- O zoo foi interditado em 28 de maio após um irerê e um pombo serem encontrados mortos;
- Nesse caso, nenhum dos animais fazia parte do plantel do zoo, mas o local foi fechado;
- Poucos dias depois veio a confirmação de que o irerê estava infectado com a H5N1;
- A interdição foi estendida para 13 de junho. Porém, um dia antes, uma nova suspeita de gripe aviária foi identificada;
- Dessa vez, um emu — ave de origem australiana — do plantel do zoo apresentou sintomas compatíveis com a doença;
- Devido à evolução do quadro, o animal foi sacrificado, e amostras dele foram encaminhadas para análise;
- Em 16 de junho, um laudo técnico confirmou a presença do vírus da gripe aviária no emu;
- No dia 2 de julho, após a desinterdição realizada pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF), com base em critérios técnicos e seguindo as diretrizes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foi autorizada a reabertura do parque;
- No dia 7 de julho, o zoo oficializou a reabertura do local ao público.