Roda-gigante de Maceió pula o número 13 e gera especulações políticas

Foto: Reprodução

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Um novo e inusitado debate movimenta as redes sociais e a cena política de Alagoas, tendo como palco a recém-inaugurada roda-gigante na orla da Pajuçara, um dos novos cartões-postais da capital. O centro da controvérsia é a ausência da cabine de número 13 na atração, que pula diretamente do “12” para o “12B” e, em seguida, para o “14”. O detalhe, registrado em vídeo que viralizou nesta quarta-feira, 5, acendeu o pavio de duas principais linhas de especulação: uma de ordem supersticiosa e outra de natureza política.

A atração, instalada pela prefeitura de Maceió, gerida pelo prefeito JHC (PL), e tem atraído grande fluxo de moradores e turistas, se viu, de repente, inserida no tenso xadrez político local e nacional.

A ausência do número 13 é, de fato, uma prática comum em diversos empreendimentos pelo mundo, sobretudo em países ocidentais, como forma de evitar o azar. O temor, conhecido como triscaidecafobia, leva à omissão do número em:

Aeronaves: Companhias como Lufthansa, Ryanair e Air France costumam pular a fileira 13.

Edifícios: Em muitos hotéis e prédios comerciais, o 13º andar é suprimido, indo do 12º para o 14º.

Atrações Similares: A famosa London Eye, em Londres, também ignora a cabine 13, indo da 12 direto para a 14.

Nos bastidores, fontes não-oficiais ligadas ao empreendimento em Maceió apontam para essa justificativa: uma precaução comercial e de cortesia para com o público, visando evitar o incômodo de visitantes mais supersticiosos. A empresa responsável pela atração, contudo, ainda não divulgou um posicionamento oficial.

Apesar da possível explicação técnica ou supersticiosa, a capital alagoana, com sua efervescente disputa eleitoral e polarização, não tardou a politizar o episódio. Nas redes sociais, a hipótese de um gesto intencional de antipetismo ganhou força.

O número 13 é nacionalmente associado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e, por extensão, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O prefeito de Maceió, JHC, é filiado ao Partido Liberal (PL) e, apesar de ensaios de aproximação com o governo federal em Brasília, mantém uma relação de rivalidade com o grupo político que hoje é a base de apoio de Lula em Alagoas, liderado pelos Calheiros (MDB).

“Em Alagoas, onde o xadrez político é jogado com ferocidade e símbolos, a omissão do número 13 não poderia passar impune de interpretações. O gesto, seja ele supersticioso ou pragmático, ressoa na polarização entre o grupo do prefeito e a base lulista local, transformando um elemento de engenharia em mais um foco de atrito eleitoral,” avalia um cientista político local.

A omissão, portanto, é vista por alguns internautas e críticos como um “aceno” ou “recado” implícito do grupo político do prefeito, reforçando seu alinhamento com o campo que se opõe ao petismo.

Enquanto o debate segue acalorado nas redes, a roda-gigante da Pajuçara, com seu “salto” numérico, consolida-se não apenas como ponto turístico, mas também como um novo e inesperado termômetro da disputa política em Maceió.

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