O soldado do Exército Brasileiro que confessou matar, na última sexta-feira (5/12), a militar Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos, cabo da mesma instituição, é Kelvin Barros da Silva, 21.
A vítima foi encontrada morta, com o corpo carbonizado, dentro do 1° Regimento de Cavalaria de Guardas, conhecido como Dragões da Independência, batalhão que ambos integravam e que foi incendiado.
Kelvin Barros confessou à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ser o autor do crime brutal e do incêndio. Ele disse, em depoimento, que houve uma discussão antes do feminicídio ocorrer.
Segundo Kelvin Barros, os dois tinham um relacionamento extraconjugal. “Após uma discussão, em que a mulher teria exigido que ele terminasse com a atual namorada e a assumisse, conforme havia sido prometido pelo autor, a vítima teria sacado sua arma de fogo”, comentou o delegado Paulo Noritika.
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“Ele teria segurado a pistola enquanto ela estaria tentando municiá-la. Enquanto isso, ele conseguiu alcançar a faca militar da vítima, que estava em sua cintura, e a atingiu, profundamente, na região do pescoço”, detalhou o delegado.
Paulo Noritika afirmou ainda que a vítima foi encontrada com a arma branca no local da lesão. “Depois disso, no desespero, ele pegou um isqueiro e álcool, incendiando o local onde fica sediada a fanfarra e fugindo, levando a pistola consigo e se desfazendo dela”, disse.
Kelvin Barros da Silva, 21
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Kelvin Barros é soldado do Exército
Reprodução3 de 5
Ele também faz parte do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas
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Maria de Lourdes Freire Matos
1º RCG/Divulgação5 de 5
A vítima foi identificada como Maria de Lourdes Freire, 25 anos
Imagem obtida pelo Metrópoles
Contestação
Maria de Lourdes era cabo do Exército, tendo ingressado há cinco meses, para a vaga de musicista. Ela foi encontrada morta por militares do Corpo de Bombeiros (CBMDF) que atuavam no combate às chamas.
A defesa da família da cabo nega que houvesse qualquer relacionamento da vítima com o seu assassino. “É falso que Maria mantivesse qualquer relação com o agressor”, disse o escritório que faz a defesa da família da vítima em nota divulgada nas redes sociais.
A família acredita que o fato de Maria ser cabo e ter uma posição hierárquica superior a Kelvin, que era soldado, possa ter motivado o crime.
“Esse contexto aponta para o não aceite da autoridade feminina. Maria foi atraída, esfaqueada, e incendiada no local, em um contexto de violência extrema dirigida à sua condição de mulher”, ressaltou a defesa da família da vítima. A jovem de 25 anos foi descrita como discreta, séria e focada nos estudos.
Kelvin Barros da Silva teve a sua prisão em flagrante convertida em preventiva, nesse sábado (6/12), após passar por audiência de custódia no Núcleo de Audiências de Custódia (NAC).
Lamento
Nas redes sociais, o 1º RCG destacou o profissionalismo da cabo nestes seis meses de serviço.
“O 1º Regimento de Cavalaria de Guardas manifesta profundo pesar pelo falecimento da cabo Maria de Lourdes Freire Matos, cuja trajetória na instituição foi marcada por dedicação, profissionalismo e um compromisso exemplar com o serviço prestado na fanfarra”, declarou o batalhão.
“Neste momento de dor, expressamos nossas mais sinceras condolências aos familiares, amigos e irmãos de farda”.
