Sofre de insônia? Saiba quais doenças estão associadas à condição

A insônia é um distúrbio caracterizado pela dificuldade em iniciar ou manter o sono e pode afetar tanto a saúde física quanto a mental.

Segundo especialistas, ela raramente surge de forma isolada e costuma estar ligada a outras condições que precisam ser investigadas em conjunto.

Saúde mental e transtornos psicológicos

A ligação entre insônia e doenças psiquiátricas é uma das mais conhecidas. “Há uma relação bidirecional entre insônia e os transtornos mentais”, explica Rafael Vinhal da Costa, médico do sono e polissonografista do Instituto do Sono Neuromaster, em Brasília.

Ele destaca que pessoas com ansiedade ou depressão apresentam maior risco de desenvolver insônia persistente. No primeiro caso, a agitação mental dificulta o início do sono, enquanto na depressão são comuns despertares noturnos ou acordar antes do horário.

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A médica Josie Velani, da clínica Metasense, também em Brasília, acrescenta que a qualidade ruim do sono favorece o agravamento da ansiedade.

“O sono é um pilar da saúde e merece atenção. Quando ele não é reparador, aumentam os riscos de hipertensão, alterações da memória e até acidentes”, afirma.

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A ansiedade é uma espécie de condição psíquica caracterizada por preocupação constante e excessiva de que algo negativo possa acontecer. Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é, ainda, uma sensação difusa de desconforto carregado por sentimento frequente de apreensão que pode desencadear transtornos

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, e registrou ainda mais casos da condição durante a pandemia da Covid-19. Além de adultos, a ansiedade também pode se manifestar em crianças por diversos motivos, como divórcio dos pais, provas ou problemas na escola, por exemplo

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Apesar de ser considerada relativamente comum, uma vez que pode atingir qualquer pessoa por qualquer motivo, a ansiedade se torna um verdadeiro problema quando tudo vira motivo de preocupação exagerada e o paciente passa a apresentar crises

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A crise de ansiedade é uma situação que causa grande sensação de angústia, nervosismo e insegurança, como se algo de muito mau, e que foge completamente do controle, fosse acontecer a qualquer momento

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A crise surge, normalmente, devido a situações estressantes específicas e que geram gatilho, como precisar fazer uma apresentação, ter prazo curto para entregar um trabalho, estar em algum lugar que não gostaria ou ter sofrido uma perda, por exemplo

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Entre os sintomas de uma crise de ansiedade estão: batimentos cardíacos acelerados, sensação de falta de ar, formigamento no corpo, sensação de leveza na cabeça, dor no peito, náuseas, transpiração excessiva, tremores, entre outros

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Estes sintomas ocorrem devido ao aumento do hormônio adrenalina na corrente sanguínea, algo normal quando a pessoa enfrenta um momento importante. Contudo, se os sintomas se tornarem constantes, podem sinalizar um transtorno de ansiedade generalizada

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O que se deve fazer durante uma crise de ansiedade depende da gravidade e da frequência dos sintomas e, por isso, o ideal é sempre receber aconselhamento especializado, de um psiquiatra ou psicóloga

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Apesar disso, realizar exercícios de respiração, ingerir chá calmante, tentar conversar com alguém de confiança, descansar, desligar a mente, fazer atividades físicas que goste ou tentar manter o pensamento em algo que dê conforto são algumas dicas que podem ajudar a aliviar o problema

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Quando a crise de ansiedade acontece pela primeira vez, ou não se tem certeza do que está acontecendo, é importante procurar um hospital para garantir que não seja outro problema mais grave, como o infarto

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De qualquer forma, caso as crises sejam frequentes, um especialista deve ser procurado para identificar a causa e iniciar um tratamento

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A ansiedade pode desencadear problemas que, dependendo dos sintomas, podem ser classificados como Transtorno de ansiedade generalizada (TAG), fobia social, síndrome do pânico, entre outros. Esses problemas podem gerar impacto na vida pessoal e profissional do paciente, por isso o quanto antes for diagnosticado, menos problemas serão enfrentados

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Doenças clínicas e cardiovasculares

A insônia também está relacionada a condições físicas importantes. Segundo Vinhal, ela pode acompanhar doenças como hipertensão, insuficiência cardíaca, diabetes, apneia do sono, dores crônicas e até Parkinson.

Os efeitos não se limitam a isso. Estudos mostram que noites mal dormidas elevam o risco de infarto, arritmias e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A privação de sono ainda interfere no metabolismo, favorecendo ganho de peso, obesidade e resistência à insulina. “Tratar a insônia não é apenas melhorar o sono, mas também prevenir complicações cardiovasculares e metabólicas”, completa o especialista.

Quando investigar

A avaliação médica deve ser feita sempre que a insônia se tornar persistente. O distúrbio é classificado como crônico quando ocorre mais de três vezes por semana, por um período superior a três meses, trazendo prejuízos à vida social, profissional ou cognitiva.

Josie Velani reforça que qualquer alteração no padrão do sono merece atenção. “Muitas vezes são necessários exames para estabelecer o diagnóstico correto. A medicação nunca deve ser a primeira opção”, alerta.

A insônia se torna crônica quando se manifesta por pelo menos três noites por semana durante três meses ou mais

Hábitos que ajudam a dormir melhor

Pequenas mudanças de rotina podem fazer diferença na qualidade do sono. Entre elas estão manter horários regulares para dormir e acordar, evitar cafeína e álcool à noite, reduzir o uso de telas antes de deitar e criar um ambiente silencioso e escuro. Também é indicado praticar atividade física regularmente, mas não próximo do horário de dormir.

“Hoje sabemos que tratar o sono é também tratar a saúde como um todo”, conclui Vinhal.

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