O homem apontado como assassino do policial militar mineiro Saulo Gomes Martins, 40 anos, em Valparaíso de Goiás, está em liberdade após decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). A Corte considerou que houve excesso no prazo na apresentação da denúncia formal, por parte do Ministério Público de Goiás (MPGO). A família afirma que, desde que o investigado voltou às ruas, parentes e testemunhas passaram a ser intimidados por ele.
Saulo era PM em Minas Gerais e estava de licença, hospedado na casa da mãe, em Valparaíso, quando conheceu uma jovem com quem passou a se relacionar. Segundo a família, o suspeito, João Carlos Ferreira da Silva (foto em destaque) — ex-namorado da mulher — não teria gostado de saber da relação dos dois e reagiu por ciúmes. A vítima deixou 4 filhos.
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O crime ocorreu em 4 de outubro último, quando o policial caminhava pela rua; câmeras de segurança registraram o momento em que João se aproxima por trás e desfere várias facadas contra Saulo. A dinâmica também foi confirmada por testemunhas.
PM mineiro Saulo Gomes Martins foi morto a facadas em Valparaíso de Goiás; família cobra proteção às testemunhas
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Saulo Gomes Martins, 40 anos, estava de licença em Valparaíso quando foi assassinado após desentendimento por ciúmes
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O policial militar Saulo Gomes Martins deixa quatro filhos; suspeito do crime responde em liberdade
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Habeas corpus
João Carlos foi preso em 13 de outubro, dias após o homicídio, e ficou custodiado por cerca de 40 dias. A defesa impetrou habeas corpus alegando que o Ministério Público não apresentou denúncia dentro do prazo legal enquanto o investigado estava preso. A 2ª instância acolheu o pedido e determinou a soltura.
À família, a 8ª Promotoria de Justiça de Valparaíso informou que a denúncia teria sido enviada no prazo e que o Ministério Público já recorreu da decisão. Também orientou os parentes a solicitar acesso integral ao processo na 1ª Vara Criminal.
Desde que deixou o presídio, o investigado teria passado a circular pela região onde a família mora, segundo relatos. “Ele passa rindo na porta da casa da minha mãe. Liga para as pessoas, ameaça, diz que o mesmo pode acontecer com elas”, afirma Daniel Gomes Martins, irmão da vítima. Algumas testemunhas deixaram a cidade por medo. Um comerciante que entregou imagens de segurança à polícia também relatou ter sido ameaçado.
Inconformado, Daniel protocolou uma representação na Corregedoria do Ministério Público pedindo apuração sobre o prazo da denúncia e providências quanto à segurança das testemunhas.
