As crianças contaminadas pela superbactéria Acinetobacter baumannii (Acineto) no Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB) estão bem, segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).
“Os pacientes não estão infectados. Trata-se de um episódio que não ocasionou consequências clínicas ou danos à saúde dos pacientes e que não implica no uso de medicamentos ou antibióticos”, afirmou a pasta em nota.
De acordo com a pasta, os pacientes acometidos estão mantidos agrupados, com materiais de uso individual.
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Para o atendimento dos pacientes contagiados, os profissionais de saúde utilizam luvas e capotes, além de realizarem a higienização das mãos.
“Seguindo essas orientações, não ocorre transmissão do agente para outros pacientes internados”, afirmou a secretaria.
Ainda segundo a pasta, os pacientes acometidos e atualmente internados estão alocados em unidade de terapia intensiva (UTI) e em enfermaria de internação, seguindo normas de isolamento.
UTI
De acordo com a pasta, as crianças são direcionadas para a enfermaria apenas após a alta da UTI, conforme avaliação e conduta médica.
A secretaria informou que o HCB comunicou a presença da bactéria em setembro. A Gerência de Risco em Serviços de Saúde solicitou ao hospital todas as informações necessárias e realizou uma inspeção sanitária.
Foi emitido um Relatório Técnico de Inspeção e orientações para gestão do episódio. “Não há suspeita de uma fonte comum de origem de contaminação”, completou.
Superbactéria
A superbactéria Acineto é resistente a diversos antibióticos e causa pneumonia, infecção no trato urinário e até sepse.
A Acineto é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das três superbactérias mais críticas à saúde no mundo.
A A. baumannii possui moléculas de lipopolissacarídeos (LPS) na membrana externa que dificultam a penetração de antibióticos nela.
Saúde pública
As superbactérias são um desafio para a saúde pública, pois apresentam alto grau de resistência aos antibióticos comumente utilizados pelos médicos.
As cepas não respondem aos tratamentos convencionais. O paciente sofre infecções prolongadas, com novas hospitalizações.
Crianças internadas no HCB foram contaminadas. Segundo famílias de pacientes e profissionais de saúde do hospital, não houve registro de mortes.
A direção do Hospital da Criança confirmou os casos, mas acrescentou que a situação está sob controle, sem novas ocorrências identificadas (leia mais abaixo).
Risco
Segundo profissionais de saúde, crianças em tratamento contra o câncer, recém-operadas ou com imunidade comprometida foram levadas da UTI para enfermarias comuns, sem a estrutura adequada para os cuidados.
Além disso, pacientes infectados teriam sido acomodados no mesmo espaço de crianças sem diagnóstico com a bactéria, algumas delas em cuidados paliativos ou em tratamento de quimioterapia.
Testagem
Segundo a direção Hospital da Criança, a bactéria foi identificada durante processos periódicos de testagem realizados pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da própria instituição.
“Considerando a necessidade de controle regular, foram identificados casos da bactéria Acinetobacter baumannii em pacientes internados em uma de suas UTIs”, informou em nota enviada ao Metrópoles.
De acordo com o hospital, os pacientes infectados não apresentaram consequências clínicas. “Foram adotadas ações de contenção, como o bloqueio da UTI, isolamento dos pacientes com teste positivo e triagem dos demais pacientes”, acrescentou.