As viroses são infecções do trato gastrointestinal que atingem cerca de dois milhões de pessoas por ano no Brasil, geralmente com sintomas leves e que passam em até dois dias. Essas doenças, geralmente causadas por vírus como o rotavírus e o adenovírus, também podem ser resultado de infecções bacterianas ou parasitárias, o que torna o nome popular “virose” pouco preciso.
Elas se manifestam principalmente por meio de diarreia, febre e, em casos mais graves, vômitos intensos. Em alguns casos, as viroses podem levar a complicações graves, como desidratação severa, sobretudo em populações com sistemas imunológicos mais frágeis, como crianças e idosos.
As gastroenerocolites são transmitidas com a ingestão de pequenas partículas fecais contaminadas. No geral, eles entram no organismo pelo contato com pessoas contaminadas ou com alimentos e água infectados. “O problema também pode ser consequência do contato de material infectado com as vias respiratórias”, explica o gastroenterologista Gerson Nogueira de Morais, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).
Os sintomas da virose
Os sintomas de uma virose podem variar de acordo com a gravidade. Em casos leves, predominam diarreia líquida e cólicas abdominais. Já em quadros graves, surgem febre alta, vômitos persistentes e sinais de desidratação, como boca seca, fraqueza e sede excessiva.
“Nas infecções virais, a pessoa pode apresentar sintomas súbitos de náuseas, vômitos e cólicas. Em situações graves, há risco até de insuficiência renal”, explica a gastroenterologista Luciane Milani, do Hcor.
Em contrapartida, em algumas situações, os pacientes podem apresentar contaminação assintomática, o que torna ainda mais difícil identificar a fonte de infecção.
Complicações e tratamento
O diagnóstico de uma virose baseia-se em uma análise clínica detalhada. Exames de fezes, hemograma e eletrólitos podem ser solicitados para confirmar a presença de agentes infecciosos e avaliar o grau de desidratação.
O tratamento geralmente é simples, focando na reidratação para repor os líquidos perdidos com a diarreia. Medicamentos ajudam a aliviar o desconforto.
“Se os sintomas persistirem por mais de três dias ou houver sinais de alarme, como febre alta ou sangue nas fezes, é fundamental buscar assistência médica e evitar a automedicação”, aconselha a gastroenterologista Maira Marzinotto, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
O impacto da virose é potencialmente maior em crianças e idosos, que têm sistemas imunológicos mais frágeis e que tornam a recuperação mais lenta. “No caso dos mais velhos, o problema é agravado porque eles perdem líquidos com mais facilidade, aumentando o risco de complicações”, conclui Morais.
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