Embora Brasília seja famosa por sua arquitetura moderna e vida política intensa, a cidade também esconde histórias que assustadoras que remontam as décadas. Lobisomens, fantasmas e aparições misteriosas fazem parte do folclore local e são reavivadas na noite das Bruxas.
O escritor e contador de histórias Thiago de Souza, apaixonado por terror, decidiu transformar essas narrativas em livro. Em Conheça o Lobisomem do Seu Bairro (2025), ele revisita o folclore brasileiro com humor e pesquisa, destacando o lobisomem de Ceilândia, criatura que, segundo moradores, uiva nas noites de lua cheia, ataca cães e deixa rastros misteriosos pelas ruas.
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O lobisomem de Ceilândia uiva nas noites de lua cheia, deixando moradores em alerta
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A lenda do lobisomem é destaque no livro de Thiago de Souza e na página “O que te Assombra?
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Segundo relatos, a criatura ataca cães e deixa rastros misteriosos pelas ruas da cidade
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Moradores afirmam ouvir passos e uivos durante a madrugada, reforçando o medo da criatura
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“Ele surge nas noites de lua cheia, uivando pelas ruas e assustando quem se aventura fora de casa. Logo após cachorros começam a latir, as portas se abrem e fecham sozinhas, é quando ele ataca esses animais domésticos. O lobisomem é descrito como alto, de olhos brilhantes e pelos escuros, deixando rastros profundos na terra e marcas misteriosas nas casas”, cita um trecho do livro.
Thiago também é criador da página no Instagram “O que te Assombra?”, que reúne várias histórias de lendas urbanas de Brasília. O Metrópoles selecionou algumas das mais marcantes para criar uma coletânea de terror.
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Nos anos 1950, Brasília ainda estava em construção, fruto do sonho de Juscelino Kubitschek. Mas nem tudo era perfeito: acidentes de trabalho eram frequentes e alguns eram fatais aos candangos, operários que vieram de várias regiões do Brasil para erguer a nova capital.
Entre as histórias mais assustadoras está a de trabalhadores que teriam sido concretados junto aos prédios em construção. Moradores e antigos operários relatam ouvir gritos e passos fantasmagóricos nos arredores de alguns edifícios, reforçando a sensação de que a cidade carrega memórias do sacrifício humano que marcou seu nascimento.
Após a inauguração da cidade, uma história deixou taxistas e moradores em alerta. Durante a madrugada, um motorista passava pela avenida W3 quando avistou uma mulher loira sinalizando para pegar um táxi. Ela exalava um perfume muito forte e pediu para ser levada até o cemitério. Quando chegaram ao destino, o cheiro desapareceu e, ao olhar para trás, o taxista percebeu que a passageira não estava mais no banco.
- A guardiã do Campo da Esperança
Antes mesmo de existir o famoso Cemitério do Campo da Esperança, as terras eram habitadas por uma mulher conhecida como Dona Esperança, uma curandeira famosa por seus dons espirituais. Após sua morte, relatos começaram a surgir de visitantes e funcionários que afirmam sentir sua presença no cemitério, como se ela continuasse protegendo o local.
Dizem que, às vezes, é possível ouvir passos leves entre as sepulturas ou sentir uma sensação de serenidade inexplicável, como se a própria Dona Esperança ainda zelasse por aqueles que descansam ali.
- O fantasma do Doutor Ulysses
O ex-deputado Ulysses Guimarães morreu em 1992 em um acidente de helicóptero em Angra dos Reis (RJ). Além de Ulysses, estavam no helicóptero a esposa dele, D. Mora; o ex-senador Severo Gomes; a esposa dele Maria Henriqueta; além do piloto Jorge Comemorato. O corpo de Ulysses nunca foi encontrado, tornando morte do ex-presidente da Câmara dos Deputados um caso de “morte presumida”.
Desde então, funcionários e seguranças do Congresso Nacional relatam sons inexplicáveis na Casa de Leis: passos no corredor, tosses e gargalhadas. Os relatos são mais frequentes no Plenário Ulisses Guimarães, onde ele defendeu a redemocratização do país e proclamou a Constituição de 88. Muitos acreditam que o espírito do deputado ainda vigia o local, permanecendo entre os corredores que marcaram sua trajetória política.
O Teatro Nacional Cláudio Santoro, fechado há anos, é conhecido por relatos sobrenaturais. Funcionários afirmam que pianos tocam sozinhos, elevadores se movimentam sem ninguém dentro e uma bailarina é vista dançando nas escadarias do teatro.
O espírito do maestro Cláudio Santoro também é frequentemente citado: dizem que circula pelos bastidores, como se continuasse regendo ensaios e apresentações mesmo após sua morte. O fenômeno atrai curiosos e amantes do sobrenatural, que visitam o teatro em busca de sinais do além.