Donald Trump anunciou uma medida que pode afetar diretamente a economia brasileira, o republicano decretou, na noite desta segunda-feira (10), a imposição de uma tarifa de 25% sobre a importação de aço e de alumínio. O mercado já especulava a decisão desde o fim de semana, quando Trump deu indícios da medida, aumentando a apreensão entre os principais parceiros comerciais dos EUA.
A resposta do governo brasileiro foi de cautela. Antes da assinatura do decreto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros evitaram comentários diretos, argumentando que aguardavam uma oficialização da medida. Até o fechamento desta edição, o Palácio do Planalto ainda não havia se manifestado sobre a sobretaxa.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, também adotou um tom ponderado. Durante um evento em Valinhos (SP), na tarde de segunda-feira, ele afirmou que o Brasil aguardava a confirmação oficial da medida para tomar uma posição. Alckmin destacou a importância da relação bilateral entre Brasil e EUA e apontou que o fluxo comercial entre os dois países é equilibrado.
“Exportamos US$ 40,2 bilhões para os EUA, e eles exportam para nós até um pouco mais: US$ 40,5 bilhões. Então, é um ganha-ganha, e eles têm até um pequeno superávit com o Brasil”, explicou.
O vice-presidente ressaltou a importância do diálogo entre as nações e relembrou que situação semelhante ocorreu em 2018, também durante a gestão Trump. Na época, os EUA aplicaram taxas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio importados, com exceção de seus vizinhos Canadá e México. O Brasil, por sua vez, conseguiu negociar um regime de cotas, estabelecendo limites para a exportação desses produtos.
Diante do novo cenário, especialistas apontam que o governo brasileiro deverá buscar uma estratégia semelhante para evitar prejuízos ao setor siderúrgico nacional. O impacto da nova tarifa na economia brasileira dependerá das negociações entre os dois governos nas próximas semanas.