Começar a praticar uma atividade física é um passo importante para melhorar a saúde e o bem-estar, mas manter a regularidade nem sempre é fácil. Apesar de entender a necessidade, não faltam distrações para abandonar a academia ou faltar uma aula marcada.
“Quando praticamos atividade física, colocamos o nosso organismo em situação de desconforto, e nem todos conseguem lidar bem com isso. No Brasil, apenas cerca de 20% a 25% da população pratica exercícios regularmente, e apenas 1% é automotivada, ou seja, não precisa de estímulos externos para continuar. O restante depende de algum fator que os incentive a seguir em frente”, explica o professor de educação física Daniel Santos, da Academia D’stak, em Brasília.
Outros fatores também contribuem para o abandono, como escolher uma atividade que não seja prazerosa, a falta de companhia para os treinos ou até mesmo o pouco incentivo de profissionais.
Além disso, expectativas irreais podem atrapalhar. “Algumas pessoas criam expectativas muito altas e acabam desanimando porque o resultado demora para aparecer. Geralmente, ele começa a surgir depois de três meses de treinos regulares, mas muitos desistem antes disso”, ressalta o personal trainer Diego Cordeiro, gerente operacional da Bodytech.
O desconforto físico inicial também é uma barreira comum, especialmente para quem era sedentário. “Ficar dolorido nas primeiras semanas de treino é normal, mas isso pode desmotivar quem não está acostumado”, complementa o personal.
Outra dificuldade enfrentada por muitos é a falta de tempo e a dificuldade para conciliar o exercício com outras prioridades. Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech, pontua que, sem suporte adequado e uma rotina bem definida, a atividade física acaba ficando em segundo plano.
Então, como manter a motivação?
Para transformar o exercício em um hábito duradouro, é essencial ajustar a rotina e criar um ambiente propício aos treinos. “Se for possível, contar com uma equipe motivadora e um ambiente acolhedor fazem toda a diferença. Quando você se sente bem orientado e apoiado, é mais fácil manter o foco”, afirma Daniel.
Ajustar as expectativas também é importante. Como destaca Diego, resultados consistentes levam tempo. “Em vez de se frustrar por mudanças rápidas, celebre pequenos avanços, como mais disposição ou menos estresse”, sugere.
Definir horários fixos para os treinos pode aumentar a aderência à rotina. “Agendar com um professor ou optar por treinar pela manhã facilitam a continuidade”, diz o personal.
Nos dias de cansaço, é importante adotar estratégias para manter a prática sem sobrecarregar o corpo. Daniel recomenda ajustar o treino para algo mais leve, garantindo que o movimento continue. “Uma alternativa divertida ou até um momento social podem ser a chave para manter o ritmo”, ensina.
A escolha da atividade física certa impacta diretamente na motivação e reduz as chances de desistência por alinhar prazer, nível de desafio e objetivos pessoais
A escolha da atividade física certa
A atividade física deve ser prazerosa para garantir que a motivação se mantenha em alta ao longo do tempo. Segundo Daniel, a satisfação durante a prática é essencial para evitar o abandono.
“Procure uma atividade que gere prazer. Se não se identificar com um exercício específico, variar os treinos pode ser a chave. Para aqueles que não se sentem motivados por nada, um grupo de amigos ou uma atividade com propósito podem ajudar”, sugere.
Eduardo acrescenta que alinhar a atividade física com os objetivos pessoais é um fator fundamental para a adesão a longo prazo. “Atividades que combinam prazer, nível de desafio e uma progressão gradativa são mais eficazes. Além disso, a variedade de estímulos pode evitar o tédio e manter o engajamento”, conclui.
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