Vidraceiro acusado de matar companheira com faca ‘Rambo’ vai a júri

Preso em maio deste ano por matar a companheira com uma faca “tipo Rambo” Silvoneide Carvalho de Torres, 42 anos, será julgado no Plenário do Tribunal do Júri de Samambaia no dia 17 de novembro, às 9h30.

Com nove registros de antecedentes criminais pelo crime de violência doméstica contra diferentes vítimas, ele foi detido após o feminicídio de Vanessa da Conceição Sousa, 31, no dia 18 de maio deste ano, em Samambaia Norte.

O Ministério Público do DF (MPDFT) denunciou que o crime foi cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, no contexto de violência doméstica e familiar. O feminicídio foi praticado três meses após Vanessa dar à luz ao seu segundo filho e o MP entende que isso pode agravar a pena do acusado, em caso de condenação.

“O feminicídio foi cometido nas circunstâncias previstas no inciso IV do § 2º do artigo 121 do Código Penal, pois o denunciado surpreendeu a ofendida, que estava desarmada e em ambiente aparentemente seguro, desferindo subitamente um golpe de faca”, disse a denúncia do MP.

Após o crime, Silvoneide tentou fugir em uma Volkswagen Parati prata, mas foi detido horas depois, por policiais militares do Grupo Tático Operacional (Gtop) 23, em uma via da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia) Norte.

Além do crime de feminicídio, Silvoneide será julgado por embriaguez ao volante, previsto no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). “A Polícia Militar foi acionada e prendeu o denunciado em flagrante delito nas proximidades do Cruzeiro/DF, sendo constatada a embriaguez ao volante”, disse a denúncia.

Saiba outros detalhes

• A vítima foi assassinada dentro de casa, na QR 421 de Samambaia Norte (DF), com uma facada na altura da clavícula.
• Silvoneide chegou ao endereço em um carro prata, estacionou em frente ao imóvel e foi visto perto do portão da residência de Vanessa, em posse da arma do crime.
• Testemunhas acionaram o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), mas Vanessa foi encontrada morta pelos socorristas.
• Vizinhos não precisaram há quanto tempo os dois estavam juntos e disseram que a vítima tinha um filho recém-nascido, fruto de outro relacionamento.
• Vanessa e um amigo tinham passado o dia bebendo em casa, e à noite, Silvoneide teria chegado alcoolizado à casa de Vanessa.
• Lá, Silvonei acusou-a de ter furtado um celular dele;
• Quando Silvoneide foi localizado e abordado pela equipe da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), a faca usada no feminicídio foi achada com ele.
• O assassino foi levado à 5ª DP (Área Central), e o delegado plantonista, Sérgio Bautzer, pediu à Justiça a prisão preventiva dele.

No dia 20 de maio, a prisão de Silvoneide foi mantida pelo Núcleo de Audiências de Custódia (NAC) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

Tentativa de feminicídio
Uma ex-companheira de Silvoneide, com quem ele teve um relacionamento por nove anos, chegou a pedir medidas protetivas contra o ex, em 2022.

A vítima relatou que os dois sempre tiveram uma relação conturbada, segundo o processo que tramitou no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

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Vanessa da Conceição Sousa tinha 31 anos

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Faca usada por Silvoneide para matar a companheira

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Preso usou faca “tipo Rambo”, segundo delegado, para cometer o feminicídio

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Agredida e ameaçada de morte, ela chegou a registrar dois boletins de ocorrência contra ele, mas pediu a revogação das medidas, porque dependia financeiramente de Silvoneide.

“Rapariga”, “desgraça” e “prostituta”

A vítima também revelou que sempre sofreu agressão física e que o criminoso chegou a quebrar o braço dela durante uma briga. À época, Silvoneide usava drogas e ficava mais violento quando consumia álcool, segundo o relato. Além disso, ele demonstrava ser ciumento e não deixava a vítima ter amizades.

Em uma das tentativas de separação por parte da vítima, Silvoneide a agrediu com um soco na boca. Ele também teria pegado uma faca da cozinha e tentado matá-la, e a xingou de termos como “rapariga”, “desgraça” e “prostituta”. Na ocasião, a ex do criminoso foi salva pelo próprio filho, que conseguiu defendê-la.

 

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