8/1: coronel usa caso de celulares sumidos e pede nulidade de provas

A defesa do coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e réu pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que as provas obtidas no processo sejam anuladas. Os advogados citaram o caso de outros dois réus que sofreram com o sumiço dos aparelhos eletrônicos apreendidos e reapresentaram laudos sobre violações no celular antes de exame pericial realizado pela Polícia Federal (PF).

No documento, anexado ao processo que investiga uma suposta omissão de sete oficiais da PMDF no dia dos atos antidemocráticos de 8/1, a defesa de Naime cita o caso do tenente Rafael Martins e do coronel Paulo José.

PM réu pelo 8/1 denuncia violação em celular, e Moraes questiona PGR

“Inclusive, tentou-se a restituição dos aparelhos em embalagens violadas, sem histórico de manuseio e cujas condições impossibilitavam se aferir com precisão a real compatibilidade entre os aparelhos apreendidos e aqueles que se tentava restituir. De outro lado, o celular de Jorge Naime também não seguiu parâmetros legais para sua restituição, como vem sendo mencionado em questões de ordem apresentadas, mas ainda não apreciadas nesses autos”, escreveu.

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Os advogados pedem que o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, anule as provas obtidas por meio da perícia do celular de Naime e reabra o prazo para que peritos da defesa sejam ouvidos.

Outros pedidos que seguem a mesma linha já foram protocolados pelos defensores do coronel outras vezes, mas, até o momento, Moraes não acatou. Este último, protocolado na terça-feira (16/7), ainda não teve resposta por parte do ministro.

No fim da petição mais recente, a defesa ressaltou que a insistência não representa “um confronto pessoal ou institucional”.

“Por fim, ressalta-se que esta manifestação é feita com o mais elevado respeito a vossa excelência, sem qualquer intuito de confronto pessoal ou institucional, mas apenas no firme propósito de garantir a regularidade do processo penal, a paridade de armas e a verdade material”, finaliza o documento.

Celulares perdidos

Julgamento

O STF marcou para o período de 8 a 18 de agosto o julgamento em plenário virtual dos PMs réus por suposta omissão nos atos antidemocráticos de 8/1.

Quando é aberto o plenário virtual, o relator do processo insere o voto no sistema do STF. Depois, a “sala” fica aberta para que os demais ministros votem com o relator ou diferentemente dele. Assim, o resultado pode sair na data de abertura do julgamento ou dias depois.

Quem são os réus

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Coronel Fábio Augusto Vieira

Reprodução / PMDF2 de 6

Coronel Klepter Rosa Gonçalves

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Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto

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Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra

Reprodução/CLDF5 de 6

Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues

Reprodução/TV CLDF6 de 6

Major Flávio Silvestre de Alencar

Hugo Barreto/Metrópoles

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