Abandono e horror: o que se sabe sobre corpos mumificados em hospital

A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) encontrou quatro corpos mumificados no necrotério do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte carioca.

A descoberta ocorreu durante uma operação iniciada a partir de uma denúncia sobre a má conservação do espaço, na sexta-feira (3/10).

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O caso abriu uma série de questionamentos sobre possíveis falhas no manejo de cadáveres, responsabilidades administrativas e até indícios de crime.

O que se sabe 

Segundo a Polícia Civil, um dos corpos estava armazenado desde dezembro de 2024. O avançado estado de decomposição impediu, até mesmo, a identificação do sexo da vítima. Ao todo, havia 14 cadáveres no necrotério, mas a polícia ainda não esclareceu quantos já foram identificados.

A investigação começou após a denúncia de um perito do Instituto Médico Legal (IML), que relatou ter recebido pelo menos 10 corpos em estado avançado de decomposição, supostamente oriundos do hospital.

A partir disso, testemunhas foram ouvidas, e os investigadores passaram a desconfiar que havia mais cadáveres mantidos em condições inadequadas dentro do necrotério. A operação confirmou a suspeita, resultando na descoberta dos quatro corpos mumificados.

Possíveis crimes

A Polícia Civil afirmou que os responsáveis pelo necrotério ainda não se apresentaram. Todos estão sendo convocados para prestar depoimento. Caso sejam confirmadas irregularidades, os envolvidos podem responder por fraude processual e vilipêndio de cadáver.

O caso gera dúvidas sobre quem deveria zelar pela conservação dos corpos, se houve falha técnica ou negligência, e de que forma esses cadáveres permaneceram tanto tempo armazenados sem providências.

Questões em aberto

Apesar das informações já divulgadas, muitos pontos seguem sem resposta:

Próximos passos

As quatro vítimas encontradas devem passar por perícia no IML. Enquanto isso, a investigação da Polícia Civil deve ouvir funcionários do hospital, gestores e responsáveis técnicos, além de cruzar documentos de registro de entrada e saída de cadáveres.

O caso coloca em evidência falhas no sistema de saúde municipal e reacende a discussão sobre o respeito à dignidade humana após a morte.

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