Adriana Mangabeira, advogada e defensora dos direitos humanos, foi convidada para homenagear Dandara dos Palmares, uma das figuras centrais na luta pela liberdade no Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas. Em sua fala, Adriana destacou o papel fundamental de Dandara na resistência à opressão, abordando tanto sua força como líder quanto seus desafios enquanto mulher e mãe em um contexto de extrema violência e desigualdade.
Como filha de pai e avós palmarinos, este convite me enche de orgulho e responsabilidade. Dandara não foi apenas uma guerreira, foi uma mulher que, mesmo em condições tão adversas, liderou, protegeu e inspirou sua comunidade. “Sua história é uma lição de coragem e resistência que precisa ser lembrada e celebrada”, disse Adriana.
A advogada também relacionou a luta de Dandara às desigualdades ainda enfrentadas pela população negra no Brasil. “A perseguição sofrida por Dandara e pelo Quilombo dos Palmares, infelizmente, ainda ecoa na realidade do povo negro no Brasil de hoje. Racismo, exclusão e desigualdades estruturais continuam a ser desafios que precisamos combater diariamente. Dandara nos ensina que a resistência é uma força coletiva e contínua.”
Durante o evento Adriana conheceu o escritor Léo Pajeú Léo Bargom Leonires. que durante a conversa, apresentou a ela suas obras Rastros da África e Duende Negro. “Conhecer Léo Pajeú e ter contato com seus livros foi uma experiência transformadora. Suas obras são um resgate essencial das raízes africanas no Brasil, e nos mostram a importância de preservar a memória de lutas como as de Dandara e Zumbi.
Adriana enfatizou sua apresentação com uma mensagem de inspiração e esperança.
“Viva Dandara dos Palmares, símbolo eterno de força e resistência. Que sua história continue a nos guiar na luta por igualdade e justiça. Salve todas as mulheres guerreiras, do passado e do presente, que dedicam suas vidas a transformar o mundo.”
A fala de Adriana Mangabeira não apenas destacou a relevância histórica de Dandara, mas também reforçou a urgência de refletirmos sobre as injustiças que ainda persistem. A conexão entre memória, literatura e resistência faz desse encontro uma homenagem não apenas ao passado, mas também um chamado para o presente e o futuro.
Adriana encerrou sua fala com um compromisso firme e emocionante, reafirmando seu papel como aliada na luta antirracista e na defesa da justiça social:
“A minha branquitude se levanta em defesa de toda mulher negra, de todo homem negro, de toda criança negra deste país. Sou branca, mas jamais vou esquecer toda a injustiça que nossos irmãos e irmãs negros sofreram. Racistas não passarão.”
Com essa declaração, Adriana Mangabeira reforçou a importância de unir vozes e esforços na construção de um Brasil mais igualitário, onde a memória de figuras como Dandara dos Palmares inspire não apenas reflexão, mas também ação efetiva contra o racismo e as desigualdades estruturais.