Não é difícil para ninguém em Alagoas perceber que pelo menos a cidade de Maceió se encontra cercada por “segurança privada” nas ruas e bairros mais nobres; a população com maior poder aquisitivo vem garantindo sua pseudo segurança contratando homens para patrulhar as ruas, verdadeiras milícias particulares que só podem funcionar da forma que funcionam com total conivência das forças de segurança
Cartazes com empréstimos a juros em cartão de crédito estão voltados em muros e postes por toda cidade em nítida atuação de milícia. O maior temor dos alagoanos é que os índices de violência que foram registrados durante anos e anos e demorou tanto para baixarem voltem a aterrorizar a sociedade.
Definitivamente não tem sido fácil a vida de Adriana Mangabeira Wanderley, conhecida em Alagoas pela luta em favor das mulheres e contra a corrupção
Além de lutar por seus direitos no caso Braskem, enfrentar a fúria de conhecido político alagoano (que teve alguns de seus planos frustrados em Brasília graças às denúncias que fez), e de ter sido chamada de “vagabunda” por um desembargador alagoano, novo fato pode ter sido uma intimidação para que se cale.
O mais novo capítulo chama atenção: o furto à de seu escritório que funciona anexo à casa da advogada em Maceió, no estado de Alagoas. Considerado um dos imóveis mais bem protegidos da região, a casa foi alvo de ladrões que durante pouco mais de 23 minutos levaram o que queriam na noite de 01 de agosto. Todos os cômodos da casa foram revirados e foram furtados objetos, como faqueiro de prata, faqueiro de bambu, taças de cristais, louças, roupas pessoais, joias de família, TV de 55 polegadas, bolsas, sapatos, perfumes, produtos de maquiagem, alguns livros raros ( Tratado de Pontes de Miranda) e uniformes da seleção brasileira de triathlon. Adriana estava em Brasília participando de reuniões quando soube do crime através de sua secretária.
A Polícia Civil foi imediatamente acionada e pelas imagens das câmeras de segurança cedidas pelos vizinhos, ficou constatado que um veículo de cor laranja ficou 23 minutos estacionado em frente à casa de Adriana e que depois surgiu uma Kombi para ajudar a levar os objetos furtados.
Foi feito o Boletim de Ocorrência CIOSP (número 1001268). A perícia chegou ao local no mesmo dia, por volta das 15h25, quando coletaram muitas provas (digitais por todo lado) além das imagens de câmeras de segurança.
Mas estranhamente até o presente momento o caso não foi solucionado pelo delegado Daniel Mayer, que também afirmou que a Polícia Civil de Alagoas não tem dinheiro para comprar os equipamentos que ajudariam a elucidar o caso.
Aliás, este caso já está na terceira Delegacia! Começou com a delegada Maria Tereza, da Central de Flagrantes, e de lá passou para a 4a DP e agora para a Delegacia Geral.
Não tem dinheiro para gasolina nem os equipamentos necessários para a Polícia Civil elucidar crimes, mas para o secretário de Segurança Pública de Alagoas, Flávio Saraiva da Silva, tem dinheiro público de sobra para viagens ao exterior. Somente neste mês, ele esteve nos EUA, Índia e Alemanha – para visitar uma fábrica de coletes em Munique. E pergunta-se: já que as autoridades dizem que a segurança melhorou muito, por quê a compra de coletes à prova de balas?
No governo de Renan Filho não se viu tamanho descaso com a Segurança Pública. Já no governo de Paulo Dantas, a segurança tem deixado muito a desejar no estado de Alagoas.
Por outro lado, nossa equipe de reportagem apurou que o delegado Mayer não tinha condições de fazer o teste físico, e teria propositadamente faltado ao exame e posteriormente entrou com processo com pedido de liminar para voltar para o quadro da Polícia. O processo é novo e o delegado ganhou liminar, que a Procuradoria recorreu. PETIÇÃO INICIAL E MONOCRATICA
O delegado Daniel Mayer tem um gordo salário e é quem mais recebeu diárias neste ano (viagens a Florianópolis, Brasília e Recife por exemplo). O Diretor-Geral da Polícia Civil de Alagoas recebeu este ano R$ 6 mil e só utilizou R$ 2,8 mil.
No dia 23 de outubro, Adriana Mangabeira Wanderley requereu investigação sobre possível prática de prevaricação da Polícia Civil pela morosidade de investigar o crime. Até a presente data, o inquérito já passou por 3 delegados. A promotora Karla Padilha é responsável pela 62a de Justiça da capital. Ela é responsável pela Polícia do estado de Alagoas.
E as duas grandes perguntas continuam: À quem interessa intimidar Adriana Mangabeira Wanderley? Quem está por trás do furto à residência da advogada alagoana?