Quando ainda levava uma vida pacata e distante das guerras nos morros cariocas, Eweline Passos Rodrigues, a Diaba Loira, morta por faccionados rivais do Comando Vermelho (CV) na última semana, já havido arrumado confusões em uma empresa, em Santa Catarina, onde havia trabalhado. O caso foi parar na Justiça comum.
Anos antes de sua ascensão no crime, em 2020, Eweline foi alvo de uma ação judicial em Tubarão, município catarinense. Uma empresa a acusou de coagir funcionários e ridicularizar a loja para exigir uma indenização, alegando ter se machucado no local. A empresa pediu uma tutela de urgência para que ela cessasse os contatos.
Leia também
No entanto, a Justiça de Santa Catarina julgou a ação improcedente. Segundo a decisão, não havia provas suficientes para confirmar as alegações da loja. O tribunal considerou que o contato de Eweline para reclamar um direito não configurou conduta ilícita, tratando-se de um “exercício regular de direito”.
Veja imagens da Diaba Loira:
9 imagens



Fechar modal.
1 de 9
“Perfurou meu pulmão”, disse Diaba Loira ao relatar facada do ex
Reprodução / Tubarão Bela SC
2 de 9
Antes do tráfico, Diaba Loira vendia doces para faculdade de Direito
Reprodução / Redes sociais
3 de 9
Reprodução/TikTok
4 de 9
Diaba Loira com o suposto companheiro que teria tentado matá-la
Reprodução / Redes sociais
5 de 9
Vida de Diaba Loira em Santa Catarina, antes de entrar para vida do crime
Reprodução / Redes sociais
6 de 9
Diaba Loira com companheiro
Reprodução / Redes sociais
7 de 9
Diaba Loira fala de rival do CV que a ameaçou e foi morto em operação da PMERJ
Reprodução / Redes sociais
8 de 9
Diaba Loira é jurada de morte por CV, após mudar para o TCP
Reprodução / Redes sociais
9 de 9
“Diaba Loira” fugiu após atirar em policiais militares durante operação em comunidade carioca
Reprodução
Indenização
Posteriormente, Eweline processou a loja e após um acordo, a empresa foi obrigada a pagar uma indenização de R$ 1,5 mil por danos morais. Houve recurso, mas a Justiça catarinense manteve o direito de recebimento. Eweline se mudou para o Rio de Janeiro após sobreviver a uma tentativa de feminicídio em 2022.
Na capital fluminense, ela ingressou no Comando Vermelho (CV) e passou a ostentar nas redes armas de grosso calibre, como fuzis, além de publicar frases provocativas, como: “Não me entrego viva, só saio no caixão”.
Recentemente, Eweline deixou o Comando Vermelho e passou a integrar o TCP, facção rival do CV. Ela era procurada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) por suspeita de envolvimento com o tráfico e organização criminosa.
Fotos da Diaba Loira:
6 imagens



Fechar modal.
1 de 6
Veja quem é a Diaba loira do CV que escapou após meter bala na PM
Reprodução / Redes sociais
2 de 6
Eweline Passos Rodrigues tem 28 anos
Reprodução / Redes sociais
3 de 6
Diaba Loira é jurada de morte por CV, após mudar para o TCP
Reprodução / Redes sociais
4 de 6
A faccionada durante uma operação
Reprodução / Redes sociais
5 de 6
Diaba Loira fazendo o símbolo do TCP
Reprodução / Redes sociais
6 de 6
Foto das redes sociais
Reprodução / Redes sociais
Mais detalhes da morte da Diaba Loira:
- A traficante foi assassinada a tiros por rivais na madrugada de sexta-feira (15/8).
- O confronto ocorreu nas comunidades do Fubá e do Campinho, na zona norte do Rio de Janeiro. O corpo dela foi desovado em Cascadura.
- A faccionada chegou a postar nas redes sociais, algumas semanas antes de sua execução, que não temia a morte.
- Em uma das publicações, Eweline escreveu: “No começo eu até pensava que tinha medo, assim que entrei nessa vida, anos atrás. Mas, na verdade… não”.
Guerra territorial
Esta é mais uma guerra territorial entre as facções CV e o TCP – que já dura dois anos e se intensificou após a morte de Kaio da Silva Honorato, conhecido como Kaioba, apontado como líder da “Equipe Caos” e artilheiro do CV.
Em uma gravação recente, em resposta à “Equipe Caos”, a criminosa declarou: “Era pra eu ter medo. Mas é bem difícil, né, bebê? Eu estive do lado de vocês esse tempo todinho, e sei que vocês são despreparados”.
Kaioba atuava no tráfico de drogas no Morro do Dezoito, em Água Santa. Ele foi morto a tiros no Morro do Fubá por criminosos ligados ao TCP. Kaioba seria responsável por liderar ações de invasão aos morros do Fubá e do Campinho, em meio à disputa com o TCP pelo controle da região.
Corpo da faccionada foi filmado: