O pânico tomou conta do pátio e dos corredores do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), no Maracanã, na tarde desta sexta-feira (28/11), no Rio de Janeiro. Imagens feitas por estudantes mostram o desespero: gritos, choros, telefones nas mãos, funcionários tentando orientar jovens atônitos e equipes de socorro correndo para atender duas mulheres baleadas. As cenas, registradas minutos após os disparos, revelam o clima de terror que se instalou na unidade.
Enquanto o Corpo de Bombeiros retira uma das vítimas em uma maca, é possível ouvir colegas em voltas lamentando em volta: “Ela era muito nova”, disse uma. Outra, suspirou: “Meu Deus”. Um homem chega a perguntar para uma colega: “Tomou o tiro onde?”
As duas funcionárias atingidas — Allane de Souza Pedrotti Mattos, diretora da Divisão de Acompanhamento e Desenvolvimento de Ensino (DIACE), e Layse Costa Pinheiro, psicóloga da instituição — não resistiram aos ferimentos. Enquanto companheiros de trabalho tentavam auxiliar as vítimas até a chegada das equipes médicas, alunos se amontoavam atrás de pilares e em salas trancadas, enviando mensagens para familiares em meio ao caos.
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Segundo informações da Polícia Civil, as mortes das três pessoas envolvidas na ocorrência — as duas servidoras e o autor dos disparos — estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A Secretaria Municipal de Saúde confirmou os óbitos das funcionárias.
Autor do ataque
O autor do ataque, identificado como um ex-funcionário do Cefet, de nome João, teria trabalhado na mesma divisão que Allane. Ele ingressou na instituição em 2019 e foi exonerado no ano seguinte, conforme registros do Diário Oficial da União. Após efetuar os disparos, o homem tirou a própria vida, de acordo com policiais militares presentes no local.
Do lado de fora, pais desesperados tentavam obter notícias dos filhos, enquanto o prédio era isolado para perícia. A direção do Cefet decretou luto e anunciou a suspensão das atividades acadêmicas, prestando solidariedade às famílias das vítimas.
A investigação busca esclarecer a motivação do ataque e como o agressor conseguiu acesso ao local. Enquanto isso, alunos e funcionários tentam lidar com o trauma de uma tarde que ficará marcada pela dor e pelo medo.