Um desentendimento envolvendo o acesso a um apartamento localizado no Hotel Maceió Atlantic Suítes na orla de Maceió terminou com a chegada de viaturas da Polícia Militar e o registro de um boletim de ocorrência na Central de Flagrantes. O caso ocorreu na sexta-feira, dia 13 de junho.
De acordo com o relato feito à Polícia Civil, um corretor de imóveis foi até o hotel para realizar uma avaliação em uma cobertura que faz parte de um processo de inventário. Ele afirmou ter apresentado na recepção do estabelecimento uma autorização formal encaminhada por um escritório jurídico, com aval da inventariante responsável, para que pudesse acessar o imóvel.
Mesmo após a confirmação da autorização por e-mail, o acesso ao apartamento teria sido negado pela administração do hotel. Segundo o corretor, houve exigência de uma nova liberação, com assinatura direta da inventariante, o que gerou desconfiança de que algo irregular pudesse estar acontecendo na unidade. Diante da resistência da administração, o corretor subiu por conta própria até o sétimo andar e, ao chegar ao apartamento, encontrou a porta entreaberta. No interior, segundo ele, o local estava completamente descaracterizado, funcionando como um canteiro de obras. Ferramentas, bancadas de corte de madeira, cerâmicas e materiais de construção estariam espalhados por toda parte.
Ao flagrar a situação, o corretor registrou fotos e vídeos, mas logo foi abordado por dois funcionários do hotel que, de acordo com o relato, o mandaram sair imediatamente. Minutos depois, um segurança teria reforçado a ordem de retirada com tom ameaçador, afirmando agir por determinação da diretoria.
Sentindo-se intimidado, o corretor acionou seu advogado e, orientado, entrou em contato com a Polícia Militar relatando invasão de propriedade e ameaça. A princípio, o atendente da PM sugeriu que ele formalizasse a reclamação na prefeitura, mas após insistência, uma equipe da Oplit foi enviada ao local. Com a chegada de vários policiais armados e uniformizados, o corretor diz ter percebido um tratamento parcial por parte da equipe, que teria questionado a validade da autorização jurídica apresentada. Após novo acesso ao apartamento na presença dos militares, ele foi informado de que seria conduzido à Central de Flagrantes para prestar esclarecimentos, sob alegação de invasão de propriedade.
Ainda segundo o boletim, o corretor contestou a condução, classificando a situação como abuso de autoridade, mas acabou acompanhando os policiais após a chegada de sua esposa, que é advogada. Na delegacia, após conversas entre os envolvidos e representantes da direção do hotel, a decisão de registrar uma queixa foi deixada de lado pelos responsáveis e o corretor foi liberado. O caso segue sob apuração no 2º Distrito Policial da Jatiúca.