Bia Lula critica tarifaço de Trump e acusa Bolsonaro de não defender o Brasil

Em vídeo publicado nas redes, Bia Lula sai em defesa do avô, elogia atuação em prol do Pix e afirma que Trump tenta controlar o Brasil com medidas econômicas. Publicação ultrapassou 100 mil visualizações em 24h

Foto: Reprodução Instagram

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A polarização política entre Brasil e Estados Unidos ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (22), após a divulgação de um vídeo nas redes sociais de Bia Lula, neta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na gravação, Bia faz duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e acusa o presidente Donald Trump de tentar “controlar o Brasil” por meio de políticas comerciais.

O vídeo viralizou rapidamente, alcançando mais de 102 mil visualizações e 11 mil curtidas em menos de 24 horas. A manifestação ocorre em meio à crescente tensão entre os governos brasileiro e norte-americano, provocada pelo anúncio da retomada do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, imposto originalmente durante o governo Trump. A medida, que penaliza itens como aço, alumínio e derivados, voltou ao centro do debate político e comercial com a aproximação das eleições nos EUA.

Na gravação, Bia Lula saiu em defesa do Brasil governado por seu avô, afirmando que o presidente está “atuando firmemente” para proteger os interesses nacionais e assegurar o funcionamento de ferramentas como o Pix, sistema de pagamentos instantâneos amplamente utilizado no Brasil. Segundo ela, as ações de Lula estão sendo mal interpretadas ou ignoradas por adversários políticos que, segundo suas palavras, “se aliam a quem deseja enfraquecer a soberania brasileira”.

“O Trump quer controlar o Brasil. E Bolsonaro nunca defendeu os interesses do nosso povo. Agora que meu avô está fazendo diferente, eles tentam sabotar”, disse Bia no vídeo.

Segundo apuração da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, a publicação não teve orientação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), comandada por Sidônio Palmeira, um dos nomes mais próximos ao núcleo de comunicação do governo federal. Fontes da pasta teriam sido pegas de surpresa com o conteúdo.

Engajamento espontâneo
A repercussão do vídeo foi imediata. Influenciadores, militantes políticos e até parlamentares comentaram a postagem, que foi compartilhada em diferentes plataformas. A atuação espontânea de Bia Lula, que não ocupa cargos públicos nem é porta-voz oficial do governo, reforça sua posição como voz ativa entre os apoiadores mais jovens do presidente.

Embora o vídeo tenha sido recebido com entusiasmo entre simpatizantes do governo, setores da oposição reagiram com críticas. Deputados da base bolsonarista ironizaram a fala da jovem e acusaram o governo de estar utilizando familiares do presidente como instrumento de comunicação informal.

Especialistas em comunicação política apontam que manifestações como essa indicam uma estratégia paralela de influência, onde familiares de figuras públicas atuam como extensão da imagem oficial, sem necessariamente estarem submetidos à estrutura governamental.

Tensão comercial e eleitoral
A fala de Bia ocorre num momento delicado das relações entre Brasil e EUA. A decisão de Trump, caso volte à presidência, de manter tarifas elevadas sobre produtos brasileiros tem sido interpretada como uma manobra para pressionar países emergentes em meio ao seu discurso nacionalista de proteção à indústria americana.

Enquanto isso, Lula tem buscado aliados no cenário internacional para conter os impactos econômicos e reforçar a importância de uma ordem comercial mais justa e multilateral. O presidente está em viagem oficial à América Latina, onde articula apoios para uma frente regional em defesa da soberania econômica dos países do Sul Global.

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