O novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, iniciou sua cerimônia de posse, nesta quarta-feira (29), pedindo um minuto de silêncio em homenagem a policiais e moradores mortos durante a Operação Contenção, deflagrada na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Segundo balanço das forças de segurança, o número de mortos chegou a 132.
“Antes de deixar minhas palavras para vocês aqui hoje, todos nós estamos acompanhando o que está acontecendo no Rio de Janeiro desde ontem. Antes de falar deste momento, sobre o que eu pretendo fazer no trabalho da secretaria, eu queria pedir que todos nós fizéssemos, aqui no Planalto, um minuto de silêncio, pelas vítimas desta operação, policiais, moradores, por todos eles”, afirmou Boulos.
A operação, considerada uma das maiores ações policiais já realizadas no estado, tem como objetivo prender lideranças do Comando Vermelho e conter a expansão territorial do grupo criminoso. A ação mobilizou mais de 3 mil agentes das polícias Civil e Militar, com apoio do Ministério Público estadual.
Na véspera, Boulos já havia reagido às declarações do governador Cláudio Castro (PL), que acusou o governo federal de omissão durante a ofensiva policial. Em mensagem publicada nas redes sociais, o ministro classificou a postura do governador como “politicagem e pirotecnia com sangue” e lembrou que Castro se posicionou contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, que ampliaria a participação da União no combate ao crime organizado.
“O mesmo governador que acusa o Governo Lula de omissão foi contra a PEC da Segurança, que permite ao governo federal maior atuação no combate ao crime organizado. Ele está mais preocupado em fazer politicagem e pirotecnia com sangue. Lamentável!”, escreveu o ministro.
A troca de acusações ocorre em meio à escalada da violência no Rio e à pressão sobre as autoridades locais por transparência e controle nas ações das forças de segurança. Segundo especialistas, o alto número de mortos reacende o debate sobre o uso excessivo da força e a falta de coordenação entre os entes federativos no enfrentamento ao crime organizado.