Caminhar traz diversos benefícios para quem pratica o exercício, melhorando o condicionamento físico, controlando o peso e fortalecendo os ossos e músculos. Já para hipertensos, a atividade física pode ser ainda mais benéfica quando feita com mais intensidade.
Pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, descobriram que dar mais passos, mesmo que abaixo da meta diária recomendada de 10 mil passos, além de caminhar mais rápido está associado a uma diminuição significativa no risco de problemas graves no coração e vasos sanguíneos de pessoas com pressão alta.
Leia também
-
Ver filme de terror pode queimar mais calorias que 1,5 km de caminhada
-
Técnica com IA melhora caminhada de pessoas com Parkinson, diz estudo
-
Caminhada mais rápida afasta risco de doenças em idosos, diz estudo
-
Caminhada japonesa: conheça exercício que melhora força e equilíbrio
A análise com mais de 32 mil indivíduos foi publicada na revista científica European Journal of Preventive Cardiology em julho. Os dados utilizados na pesquisa foram do UK Biobank, um banco de informações britânico que acompanha a saúde de parte da população ao longo de muitos anos.
Todos os participantes do estudo foram diagnosticados com pressão alta. Eles usaram acelerômetros no pulso por uma semana para medir a distância percorrida e a velocidade em que caminhavam. Os dados dos aparelhos foram coletados entre 2013 e 2015.
Os indivíduos com idade média de 64 anos foram acompanhados por cerca de oito anos, fornecendo informações aos pesquisadores. Durante o período do estudo, ocorreram mais de 1,9 mil casos de problemas cardíacos ou derrames.
Benefícios da caminhada
- A caminhada é um exercício físico de baixo impacto, e pode ser praticada por praticamente qualquer pessoa.
- Ela auxilia na promoção da saúde e da qualidade de vida.
- A prática melhora a circulação sanguínea, fortalece o sistema cardiovascular, auxilia no controle do peso corporal e promove a saúde mental.
- A recomendação é praticá-la de três a cinco vezes por semana, pelo período de 30 a 60 minutos.
Relação entre o número de passos e redução de risco cardíacos
Durante o estudo, os cientistas constataram que, em comparação com quem dava ao menos 2,3 mil passos diários, cada mil passos extras estavam associados a uma redução de 17% no risco de desenvolver um evento cardiovascular adverso grave. O limite da quantidade de passos analisados era de 10 mil.
“Este estudo é um dos primeiros a demonstrar uma relação dose-resposta entre a contagem diária de passos e os principais problemas do coração e dos vasos sanguíneos”, destaca um dos autores do artigo, Emmanuel Stamatakis, diretor da Universidade de Sydney, em comunicado à imprensa.
Caminhar mais e mais rápipo pode diminuir o risco de problemas no coração
Importância da velocidade ao caminhar
A intensidade média em uma caminhada rápida de 30 minutos era de 80 passos por minuto. O ritmo esteve associado a uma redução de 30% no risco de eventos cardiovasculares. O estudo ainda constatou que pessoas que caminharam dando mais de 130 passos por minuto não tiveram sinais de prejuízo à saúde.
“Descobrimos que, se você vive com pressão alta, quanto mais você caminha e com maior intensidade, menor é o risco de futuros eventos cardiovasculares graves. Essas descobertas reforçam a mensagem de que qualquer quantidade de atividade física é benéfica, mesmo abaixo da meta diária amplamente recomendada de 10 mil passos”, ensina Stamatakis.
O estudo apresenta limitações por ter medido os níveis de atividade física apenas no início da pesquisa e ter tido um público pouco diverso nas observações.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!