Dor no peito repentina faz mulher descobrir câncer: “Última esperança”

Em abril de 2023, a inglesa Sharon Smith sentiu uma dor no peito muito intensa e repentina. Pensando se tratar de uma emergência cardíaca, ela procurou atendimento médico: porém, a mulher descobriu que a origem do problema não tinha nada a ver com o coração. Era um câncer que ainda não tinha sido diagnosticado.

Os exames feitos poucas horas depois da internação revelaram uma leucemia linfoblástica aguda (LLA), um câncer que se desenvolve rapidamente entre as células de defesa do corpo e exige tratamento imediato.

“Foi um choque total”, diz Sharon, que não teve a idade ou profissão divulgadas, em comunicado à imprensa. “Eu não tinha nenhum sintoma. Tínhamos acabado de voltar de férias, quando caminhei por toda a Espanha, e estava jogando futebol no jardim com meu netinho na noite anterior à dor”, conta.

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Os primeiros tratamentos

A descoberta do câncer foi o início de uma jornada de tratamentos. Após a biópsia de medula óssea confirmar a doença, Sharon iniciou um ciclo de quimioterapia para eliminar as células doentes. Em novembro de 2023, ela recebeu transplante de células-tronco para repor o sangue com células saudáveis.

Ela se recuperou bem do procedimento e retomou a rotina ativa. No entanto, em setembro de 2024, um exame de acompanhamento revelou a volta da leucemia. A recaída foi um choque para a paciente e a família.

“Sempre estive em movimento, muito ativa e ocupada, e me senti como sempre fui. Eu simplesmente não esperava por isso, então, como você pode imaginar, fiquei abalada. Voltei para casa pensando que era meu fim”, diz.

A última esperança

Dias depois da notícia da recidiva, o médico Muhammad Saif informou que Sharon havia sido aceita para um tratamento de ponta: a terapia com CAR-T, uma técnica milionária que permite combater cânceres resistentes ao tratamento. O tratamento modifica células de defesa do próprio paciente para atacar o câncer.

“Passei literalmente do pior momento da minha vida para a sensação de que tinha acabado de ganhar na loteria, porque havia uma última esperança ali”, completa.

O procedimento não poderia esperar. Embora previsto para chegar a Liverpool, cidade de Sharon, dali algumas semanas, ela viajou a Manchester para iniciar o processo. A recomendação era agir rápido para conter a progressão da doença.

As idas e vindas foram exaustivas. Foram cerca de 20 deslocamentos para consultas, coleta de células, quimioterapia preparatória, infusão e monitoramento. Parte do tratamento exigiu estadia em Manchester por mais de três semanas.

Passo a passo da imunoterapia com CAR-T

O CAR-T é feito sob medida para cada paciente. Primeiro, as células de defesa T foram retiradas do sangue de Sharon e enviadas a um laboratório para modificação. De volta ao hospital, ela recebeu quimioterapia para preparar o organismo antes da infusão.

A terapia foi administrada sob internação e acompanhamento próximo. Nos primeiros dias, surgiram efeitos colaterais previstos para o tratamento. Com suporte da equipe, Sharon se recuperou bem e manteve evolução positiva nos exames. Hoje, os resultados de sangue e biópsia indicam que já não há mais focos de doença na inglesa.

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