Um estudo publicado nesta segunda-feira (10/11) na revista Nature Aging indica que falar mais de um idioma pode ajudar o cérebro e o corpo a envelhecer de forma mais saudável.
Pesquisadores analisaram dados de 86 mil adultos entre 51 e 90 anos de 27 países europeus e descobriram que o multilinguismo está associado a um menor risco de envelhecimento acelerado.
Os cientistas calcularam a chamada “idade biocomportamental”, uma medida que combina fatores físicos e mentais, como memória, doenças crônicas e capacidade funcional.
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Ao comparar essa idade estimada com a cronológica, observaram que as pessoas que falavam dois ou mais idiomas apresentavam uma diferença menor entre as duas — sinal de envelhecimento mais lento.
De acordo com o estudo, quem falava mais de uma língua tinha quase metade do risco de envelhecer de forma acelerada em comparação a quem falava apenas uma. Já os monolíngues mostraram probabilidade maior de apresentar sinais de envelhecimento precoce.
Os resultados se mantiveram mesmo após o ajuste por outros fatores, como escolaridade, poluição e contexto social. Para os autores, isso indica que o uso de diferentes idiomas pode funcionar como uma espécie de treino mental contínuo, fortalecendo as redes cognitivas e ajudando o cérebro a lidar melhor com o passar do tempo.
Os pesquisadores destacam, no entanto, que o estudo não prova uma relação direta de causa e efeito. Ainda não se sabe se falar várias línguas realmente retarda o envelhecimento ou se pessoas com cérebros mais saudáveis tendem a aprender mais idiomas.
Mesmo assim, as evidências apontam que o aprendizado de línguas pode fazer parte de um estilo de vida que favorece o envelhecimento saudável, ao lado de hábitos como praticar atividades físicas e manter interações sociais.
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