O município de Feliz Deserto, no litoral sul de Alagoas, está enfrentando uma grave ameaça ambiental resultante da mineração de sal-gema pela Braskem em Maceió. O crime ambiental ocorrido na capital alagoana desencadeou novas agressões ao meio ambiente, incluindo a extração predatória de areia para o tamponamento das minas desativadas.
Embora a Braskem alegue receber areia apenas de fornecedores autorizados, a prática tem resultado na destruição de áreas de restinga, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APPs), como as Dunas do Cavalo Russo, no Francês. O impacto ambiental não se limita a Maceió, pois a exploração avança para outros municípios, como Satuba, Marechal Deodoro, Barra de São Miguel e Feliz Deserto.
Em Feliz Deserto, os impactos são ainda mais alarmantes. Os lagos formados pela exploração de areia podem se romper, comprometendo os acessos ao município e provocando inundações nas áreas mais baixas da cidade, que possui cerca de 4 mil habitantes. Além disso, essas águas paradas tornam-se criadouros para vetores de doenças como Dengue e Chikungunya, colocando em risco a saúde da população.
A destruição ambiental também tem levado à perda da biodiversidade local, pois muitos animais migram, afugentados pela intensa atividade extrativa. Além disso, moradores relatam rachaduras em suas casas, consequência direta da exploração de areia nas proximidades.
Mobilização popular e petição pública
Diante dos danos já causados e dos riscos iminentes, moradores e ambientalistas estão se mobilizando para exigir providências. Uma petição pública foi criada para pressionar as autoridades a fiscalizar e impedir a continuidade da destruição ambiental na região.