FAB x PM: sargento que esfaqueou major em briga de trânsito é solto

O sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Pedro Luiz Souza Pinto, acusado de golpear com ao menos sete facadas o major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Renato Moreira Martins, durante uma discussão de trânsito, foi solto após recurso da defesa em 25 de setembro. Ele havia tido a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada em 9 de setembro.

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“Evidente periculosidade social”

Antes de ser colocado em liberdade, o juiz da Vara Criminal de Alexânia, Fernando Augusto Chacha de Rezende, havia mantido a prisão preventiva do sargento, que considerou o crime marcado por “audácia e crueldade”. Ainda segundo o magistrado, a liberdade dele representava risco à ordem pública e demonstrava “evidente periculosidade social”.

No entando, a defesa recorreu, e o relator do caso na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás, juiz Hamilton Gomes Carneiro, entendeu que a agressão não se tratava de rixa antiga, mas de um desentendimento de trânsito. Com esse argumento, determinou a libertação do militar.

Veja trecho da audiência:

Entenda o caso:

Veja imagens: 

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Major hospitalizado

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Panturrilha esfaqueada

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Costas da vítima

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Barriga do major

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Os dedos cortados do major da PMDF

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Termo de apreensão que menciona faca

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Faca que o militar da FAB usou para esfaquear o major da PM

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Mulher e filho viram major da PM ser esfaqueado por sargento da FAB

Reprodução / @recantoalerta_oficial9 de 9

Pedro Luiz Souza Pinto

Reprodução / Redes sociais

A versão da defesa

A advogada Patrícia Zapponi, que representa o sargento, procurou a coluna Na Mira para esclarecer pontos sobre o caso. Ela afirmou que, na época do crime, nem Pedro nem sua esposa, Ana Bárbara Caliman Souza da Silva Pinto, foram ouvidos formalmente pela polícia.

Segundo Zapponi , Ana chegou a relatar no processo que a família voltava de um aniversário em Anápolis (GO) com a filha de dois anos quando um veículo começou a fechar o carro de Pedro, forçando-o a parar. O condutor, segundo ela, gritava e gesticulava.

Ana afirmou que, ao sair do carro, o marido foi agredido e arrastado para o gramado. Ela disse que pediu calma e socorro da janela do veículo. Em seguida, o outro motorista se identificou como policial, e Pedro respondeu que era sargento da Aeronáutica.

De acordo com a esposa, a faca só foi usada para tentar que o marido fosse solto, já que estava sendo agredido. Uma testemunha teria retirado a arma e guardado em outro veículo, mas, depois, a esposa do major a pegou novamente. Ana ainda relatou ter temido que o policial e o filho matassem seu marido.

A defesa também alegou que documentos de Pedro teriam sido recolhidos pela esposa do major e nunca devolvidos.

Questionada sobre o motivo de Pedro portar uma faca, a advogada afirmou que o militar carregava um canivete por ser integrante da equipe de salvamento da Aeronáutica: “Se precisar cortar um cinto de segurança, ele está preparado. Além disso, tem uma filha pequena, e pode ser necessário usá-lo em situações simples, como cortar uma fruta”, disse.

A defesa do sargento da FAB afirmou que Pedro foi impedido de prestar depoimento à polícia, mas Zapponi conseguiu que ele fosse ouvido depois, já preso.

Veja o que o sargento disse em depoimento: 

 

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