Faccionado do CV foi decapitado e teve cabeça amarrada em árvore

Uma imagem que circula nas redes sociais e em grupos de mensagens nesta quarta-feira (29/10) chocou o país: dezenas de corpos de homens, enfileirados no chão. Eles teriam sido mortos durante confrontos com as forças de segurança nas matas que cercam o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro.

A coluna teve acesso a fotos e vídeos que mostram os corpos ainda vestidos com fardas táticas e camufladas, típicas de forças especiais que atuam em ambientes de selva e vegetação densa. Alguns ainda portavam fuzis quando foram atingidos. Um dos corpos, que seria de um faccionado do Comando Vermelho, foi decapitado e a cabeça foi amarrada ao tronco de uma árvore.

Veja as imagens:

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A Polícia Civil irá investigar quem teria sido o autor da decapitação e da amarração da cabeça, identificada como sendo de um faccionado ligado ao Comando Vermelho (CV).

Cabeça na sacola

Em outro vídeo obtido pela coluna, moradores aparecem retirando a cabeça do criminoso e colocando-a em uma sacola plástica, próximo ao local onde os corpos foram enfileirados. Uma das testemunhas chega a comentar: “Estragaram os amigos”, enquanto filma a cena.

A operação conjunta das forças de segurança do Rio de Janeiro e do Pará resultou em 64 mortos e 81 presos, segundo balanço oficial. A ação, considerada a mais letal da história fluminense, tinha como objetivo desarticular o domínio do Comando Vermelho em territórios estratégicos da zona norte, especialmente nos complexos do Alemão e da Penha.

Entre os 100 alvos da operação, 32 eram paraenses, suspeitos de comandar atividades criminosas na região Norte do país a distância. A Polícia Civil do Pará informou que houve troca de informações entre as corporações dos dois estados, mas não confirmou se entre os mortos estão os investigados paraenses.

Principais líderes

Dois dos principais líderes do CV no Pará, Rodrigo de Jesus Coelho, o “RD”, e Joelison de Jesus Barbosa, o “Fuzue”, foram presos. Ambos eram apontados como responsáveis por tráfico de drogas e homicídios na região do Lago de Tucuruí. “RD” tinha dois mandados de prisão em aberto por tentativa de latrocínio. Já “Fuzue” foi autuado em flagrante por porte de arma de uso restrito.

Após o confronto, traficantes orquestraram represálias em diversos pontos do Rio de Janeiro, provocando um cenário de guerra. Barricadas foram erguidas na Linha Amarela, Grajaú-Jacarepaguá e Rua Dias da Cruz, no Méier.

Diante dos bloqueios, o Centro de Operações e Resiliência (COR) elevou o nível operacional para 2, em uma escala de 5. A Polícia Militar suspendeu atividades administrativas e determinou o emprego total do efetivo nas ruas. A operação faz parte da Operação Contenção, iniciativa permanente do governo estadual contra o avanço do Comando Vermelho em territórios fluminenses.

Megaoperação

Cerca de 2,5 mil agentes participaram da ação, que começou ainda na madrugada. Traficantes reagiram com tiros e barricadas em chamas. Em um vídeo registrado por moradores, é possível ouvir quase 200 disparos em apenas um minuto, enquanto colunas de fumaça tomam conta da comunidade.

A Polícia Civil relatou ainda que criminosos lançaram bombas por drones e que vários suspeitos fugiram em fila indiana pela parte alta do morro, em uma cena que remete à fuga em massa de 2010, durante a ocupação do Alemão.

As investigações continuam para identificar os mortos e esclarecer as circunstâncias da decapitação.

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