Faccionados do CV e do PCC levam “arrocho” ao tentar se fixar no DF

Criminosos do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC), as duas maiores facções do país, tem fugido para o Distrito Federal e Entorno em busca de abrigo e para escapar da prisão em seus estados de origem, Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente. Em outras situações, são recrutados por essas organizações com o objetivo de expandir as operações nessas regiões. Porém, ambos os grupos têm encontrado um cenário hostil à ampliação do crime. Muitos acabam mortos ou presos.

Vídeo dos integrantes do PCC ameaçando um rival: 

 

No DF, a estratégia integrada das forças de segurança — polícias Civil (PCDF), Penal e Militar (PMDF) — criou uma barreira para essa expansão. A vigilância permanente sobre integrantes e simpatizantes das facções impede que eles se estabeleçam e mantenham bases de atuação.

A disputa entre CV e PCC deixa rastros de sangue em várias cidades do DF e nos arredores, vitimando moradores e integrantes das próprias organizações. Muitos dos faccionados tombam ao confrontar as forças policiais, que têm atuado de forma rápida e contundente para neutralizar ataques e impedir a instalação de células criminosas.

Conheça alguns dos faccionados: 

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Weberth da Silva Alves

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Edson dos Santos Guedes

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José Almeida Santana

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Lucas Menezes de Araújo

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Danúbio de Jesus Gomes

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Tortura e mortes cruéis

Um dos exemplos mais emblemáticos é o de Weberth da Silva Alves, integrante do PCC suspeito de cometer ao menos quatro homicídios em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF, em 2023. A crueldade dos crimes mostra a guerra interna das facções que tentam operar na região. Weberth é apontado como mandante da execução de um integrante do CV no Entorno — crime gravado pelos próprios executores.

Em abril deste ano, três integrantes do PCC morreram ao abrir fogo contra policiais militares da Companhia de Policiamento Especializado (CPE) de Águas Lindas. Entre os mortos estava Edson dos Santos Guedes, conhecido como “BB”.

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Os policiais localizaram um depósito usado pelos faccionados — e foram recebidos a tiros. Os PMs identificaram os criminosos que postavam vídeos nas redes sociais ostentando armamento pesado em via pública e fazendo ameaças explícitas nas últimas semanas (veja vídeo acima).

Em 22 de novembro deste ano, o criminoso do “Novo Cangaço” José Almeida Santana, o “Pedro Bó”, membro da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) morreu após confrontar a Polícia Militar de Goiás, em Anápolis. Segundo a PMGO, Pedro Bó estava com um volume suspeito na cintura, no interior de um supermercado.

Ostentação nas redes sociais

Mas nem sempre o destino desses criminosos é o cemitério. Muitos são presos antes de ampliar seu raio de atuação.

Em 1º de dezembro, policiais da CPE de Águas Lindas, com apoio de unidades do DF, incluindo o Patamo, prenderam em Ceilândia (DF) o traficante do CV, Lucas Menezes de Araújo conhecido como “LK”, 29 anos. O criminoso ostentava nas redes sociais a vida típica do “criminoso intocável”: armas pesadas, drogas, dente de ouro e demonstrações de status.

A captura de “LK” é prova de que a tentativa de se camuflar no DF e no Entorno — longe dos morros do Rio e das quebradas de São Paulo — tem falhado repetidamente.

Um foragido da Justiça e integrante do PCC foi preso na casa do pai, em Brazlândia (DF), em março deste ano. Danúbio de Jesus Gomes, conhecido como “Uba”, é apontado pela polícia como um dos principais traficantes da região.

A captura durante uma operação conjunta da 18ª Delegacia de Polícia com o 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM), em Brazlândia.

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