A brasileira Bianca Ferreira da Rocha Pimenta, de 30 anos, natural de Goiânia, está desaparecida há mais de 15 dias. A cabeleireira desapareceu em Bucareste, na Romênia, enquanto aguardava um carro de transporte por aplicativo que a levaria para Portugal, onde morava. Antes de sumir, Bianca relatou à família que estava sendo perseguida.
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Jovem mora em Portugal há cinco anos
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Família procura pela jovem
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Bianca é fã da cantora Joelma e chegou a fazer parte de fã clube da cantora
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Tia de Bianca, a profissional de administração Ana Paula Ferreira, 50 anos, contou que Bianca disse à família que começou a ser perseguida no país português.
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Entenda o caso:
- Em 23 de novembro, Bianca decidiu se mudar para Bucareste, na Romênia.
- A decisão ocorreu após conversar com uma amiga, que disse que lá seria um lugar tranquilo, com custo de vida barato.
- A amiga comprou passagem e duas diárias de hotel para a Bianca, e ela foi acreditando que iria se estabelecerem Bucareste.
- A tia crê que essa amiga não tem relação com o sumiço. “Ela está muito preocupada, estamos conversando todos os dias”, afirma.
- Bianca disse à família que não se acostumou com o novo país e decidiu voltar para Portugal em 29 de novembro.
- A jovem fez uma videochamada com a tia Ana Paula enquanto esperava um carro de aplicativo.
- Desde então, não há mais notícias do paradeiro dela.
“Quando nos despedimos por ligação, o celular dela estava descarregando. Duas horas depois, eu tentei ligar, mas o telefone não chamava e as mensagens não chegavam. Desde então, não conseguimos mais contato”, explica Ana Paula.
A família não sabe se Bianca chegou a voltar para Lisboa ou se ainda está em Bucareste, mas a tia acredita que ela não saiu da Romênia. “Os amigos dela de Portugal estão nos ajudando a procurá-la”, conta a tia.
Sem informações precisas, a família tem buscado notícias nas embaixadas brasileiras na Romênia e em Portugal. Ana Paula já havia feito contato com a embaixada em Bucareste no dia 28, um dia antes de a jovem desaparecer, temendo pela segurança da sobrinha.
“No dia 28, eu percebi que ela já estava muito vulnerável e procurei a Embaixada do Brasil na Romênia. Eles me responderam quatro dias depois dizendo que estavam tentando contato com a Bianca por telefone, mas não conseguiram”, relata Ana Paula.
Bianca é uma mulher trans, e a tia relata preocupação em relação à Romênia. “Soube que é um país que não aceita bem a população LGBT”, diz. O ranking Rainbow Map, publicado em maio deste ano pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais (Ilga-Europe), aponta a Romênia como o pior país da União Europeia na garantia de direitos e da segurança dessa população.
Embaixada
A embaixada fez novo contato com a família de Bianca nesta segunda-feira (15/12). “Me ligaram para saber se ela apareceu. Tudo o que eles têm feito tentando encontrar a Bianca é por telefone”, queixa-se a tia. “Alguns amigos de fora entraram em contato com a polícia romena, que diz estar investigando, mas não nos passaram nenhuma novidade até o momento”, completa.
Com a sensação de impotência por causa da distância entre o Brasil e os países europeus, a família sofre com a angústia. “Ela sempre mantinha contato com a gente, não era de sumir. Nossa cabeça está a mil, não dormimos direito, estamos o tempo todo olhando para o celular na esperança de receber novas notícias”, relata Ana Paula.
“A família toda está abalada, desesperada. A sensação é de que não conseguimos resolver devido à distância. Só nos resta divulgar e rezar, pedir a Deus. Confiamos na Justiça de Deus”, encerra a tia.
O Metrópoles tenta contato com o Itamaraty. O espaço segue aberto para manifestações.