A família de um rapaz que morreu após ser agredido em uma briga de trânsito, luta na Justiça pela prisão do acusado do crime. William Jonathas Ferreira Amaral morreu em 15 de junho aos 33 anos, duas semanas após ser espancado por outro motorista, na BR-060, quando seguia para Goiânia.
O mandado de prisão temporária do acusado foi solicitado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), mas não foi acatado pela Justiça goiana. Na segunda-feira (7/8), a decisão foi publicada. Nela, o magistrado alegou que a polícia não provou que a prisão do suspeito era indispensável para o andamento das investigações. A família de William recebeu com decepção a notícia.
Tudo começou na noite de 2 de junho. Segundo testemunhas, por volta de 21h, William estava fazendo o trajeto de Brasília – Goiânia. A viagem fazia parte da rotina do empresário, que sempre ia a capital goiana visitar a namorada.
O sangue de William marcou o asfalto na BR-060 Material cedido ao Metrópoles
0
Ainda, de acordo com testemunhas, quando o rapaz e outros motoristas passavam pela BR 0-60, um motorista dirigia irregularmente, fazendo movimentos em “zigue-zague” com o veículo na pista. Em um certo momento, William parou o carro e tentou conversar com o motorista, que parou o veículo logo em seguida. Assim que desceu do automóvel, deu um soco no empresário.
Após o golpe, a vítima caiu no chão e não conseguiu mais se defender. O acusado, então, teria continuado o ataque, desferindo diversos chutes na cabeça da vítima.
Após a sessão de espancamento, o acusado fugiu. William foi socorrido por outros motoristas e levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Huana).
Na unidade de saúde, o rapaz recebeu o diagnóstico de politraumatismo cranioencefálico e ficou internado por 13 dias. Diante do quadro, a morte cerebral de William foi declarada por volta de 12h do dia 15 de junho.
Justiça
Agora, a família de William luta na Justiça para que o acusado seja preso. O pai do rapaz, José Amaral, contou à reportagem que nunca vai conseguir superar a perda. “Nós tínhamos um companheirismo sem igual. Era eu e ele para tudo, sempre fui a mãe e o pai dele. Depois disso, parece que eu morri junto, tudo na minha vida ficou cinza”, lamentou, emocionado.
“Ainda estou tendo forças, porque tenho outro filho. Mas tem sido muito difícil, não consigo mais dormir, nem comer como antes”, desabafou José.
William morreu aproximadamente 1 mês antes de completar 34 anos. O rapaz tinha planos de se mudar para Goiânia, e ia se casar em setembro.
Investigação
O Metrópoles apurou com a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) que os depoimentos das testemunhas que estavam no local e as imagens captadas em radares e pedágios foram essenciais para o andamento da investigação.
“Nós conseguimos localizar o motorista por meio das testemunhas que presenciaram o fato. Eles relataram que o homem era forte, tinha a cabeça raspada ou careca e dirigia um carro sedan vermelho”, contaram.
“Assim que conseguimos os dados captados pelos radares e pelos pedágios, nós iniciamos a análise desse material, filtrando pelas informações que conseguimos com os depoimentos das testemunhas, e chegamos até ele”, complementaram.
O suspeito foi intimado e vai depor na delegacia de Abadiânia nos próximos dias.