Considerado foragido desde abril do ano passado e agora condenado em primeira instância, Rodrigo dos Santos Martins, 32 anos, sempre cultivou um gosto que chamava atenção até mesmo dentro do submundo do crime: a ostentação.
paixonado por carros superesportivos e motos de alta performance, o chefe da organização criminosa desmantelada na operação Refil Verde, da Polícia Civil do Distrito Federal, desfilava em cidades badaladas, como Hollywood, em Los Angeles (EUA), pilotando modelos como Mustang, BMW e outros veículos que faziam parte de sua coleção milionária.
Ao lado da companheira, Yasmin Nadai Martins, 30, Rodrigo parecia viver uma vida de celebridade internacional. O casal viajava com frequência para os Estados Unidos e países da Europa, hospedava-se em endereços exclusivos e, discretos nas redes sociais, preferia exibir seu luxo em círculos privados. Em viagens internacionais, evitava aeroportos brasileiros, optando por rotas alternativas em fronteiras para escapar dos radares da polícia.
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Se Rodrigo segue foragido, Yasmin foi capturada. A companheira do traficante foi presa pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) em Frankfurt, na Alemanha, no dia 18 de junho deste ano. Ela residia na Suíça, mantinha alto padrão de vida e, segundo as investigações, exercia papel estratégico no esquema criminoso: gerenciava o fluxo milionário de recursos provenientes do tráfico internacional de drogas e da venda de óleo de THC, disfarçado em refis de cigarros eletrônicos.
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Império digital
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), apurou que Yasmin movimentava grandes quantias para fora do país, parte delas convertidas em bitcoins, dificultando o rastreio pelas autoridades. Antes da deflagração da operação, em abril de 2024, o casal estava próximo de conquistar cidadania italiana — um passo que poderia blindar suas atividades no continente europeu.
O casal do crime não atuava sozinho. Rodrigo e Yasmin eram os líderes de uma rede composta por influenciadoras digitais do Distrito Federal, também condenadas na mesma operação. O grupo utilizava redes sociais, sites e aplicativos de mensagens internacionais para comercializar os produtos ilícitos.
As influenciadoras contratadas amplificavam as vendas ao divulgar, em seus perfis no Instagram, os refis contendo extrato de maconha com alto teor de THC, sob a fachada de supostos medicamentos naturais. As movimentações financeiras eram ocultadas por meio de contas bancárias de terceiros e empresas fantasmas, garantindo a lavagem do dinheiro.
Condenações
A investigação da Cord, em parceria com a Polícia Federal, resultou na expedição de mandados de prisão incluídos na Lista Vermelha da Interpol (Red Notice), após solicitação feita pelo Escritório Central Nacional em Brasília.
A ofensiva policial cumpriu sete mandados de prisão e 12 de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. O esquema desmantelado respondia por crimes de lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e crimes contra a saúde pública.
O casal do crime
Enquanto Yasmin permanece presa na Europa, Rodrigo continua foragido. A imagem de ambos contrasta com a discrição mantida online: fora das redes sociais, viviam em meio a carros luxuosos, viagens internacionais e planos de cidadania europeia, sustentados por um império criminoso que se utilizava da internet para expandir o tráfico.
O destino do casal de traficantes ainda reserva capítulos incertos, mas a ostentação que marcou a vida de Rodrigo Martins pode ser a mesma que, no fim, ajudará a acelerar sua captura.