Em meio a intensas movimentações nos bastidores do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a nomeação da deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência. Com posse marcada para 10 de março, a escolha reforça a aposta do Executivo em manter o partido em cargos estratégicos para fortalecer o diálogo com o Legislativo e demais entes federados.
Em comunicado oficial nas redes sociais, Lula destacou o papel central da nova composição da SRI:
“A companheira e deputada federal Gleisi Hoffmann vai integrar o governo federal. Vem para somar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, na interlocução do Executivo com o Legislativo e demais entes federados”, escreveu Lula, em suas redes sociais.
Inicialmente, especulava-se que Gleisi assumisse a Secretaria-Geral da Presidência, substituindo Márcio Macêdo. Contudo, a demissão de Nísia Trindade do Ministério da Saúde e a transferência de Alexandre Padilha para essa pasta redesenharam o cenário, apontando a deputada como a opção ideal para a SRI. Entre os nomes cogitados para a pasta, dividiam-se duas vertentes: uma que defendia a entrada de representantes do Centrão – como o deputado Isnaldo Bulhões (MDB) e o ministro Sílvio Costa Filho (Republicanos) – e outra que insistia na permanência de lideranças do PT, como o deputado José Guimarães (PT-CE) e o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Gleisi Hoffmann, conhecida pelo seu espírito combativo, tem se destacado dentro do partido por suas críticas contundentes a setores do próprio governo, inclusive à política fiscal defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Agora, à frente da SRI, aliados apontam para uma postura mais moderada, que deverá favorecer a construção de consensos e uma articulação mais eficaz com o Congresso Nacional.
Em suas primeiras declarações sobre a nomeação, a deputada enfatizou o compromisso com a melhoria das condições de vida do país e a importância do diálogo democrático.
“Com imensa responsabilidade, recebo do presidente Lula a condução da SRI. Sempre entendi que o exercício da política é o caminho para avançarmos no desenvolvimento do país e melhorar a vida do nosso povo.”
A rápida transição de Gleisi para o Palácio do Planalto também sinaliza mudanças na liderança interna do PT. Com o mandato da deputada previsto para encerrar em julho, a antecipação de sua passagem para o governo indica que a sucessão no comando do partido já está em curso. Entre os nomes apontados, Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e ex-coordenador de Comunicação da campanha presidencial de 2022, desponta como a principal aposta para assumir o comando da legenda.
Líderes e parlamentares têm se manifestado positivamente em relação à escolha. O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin ressaltou a capacidade de diálogo e a experiência de Gleisi, enquanto outros representantes reafirmaram o compromisso de estreitar as relações entre o Executivo e o Legislativo.
A posse de Gleisi Hoffmann na SRI representa um movimento estratégico na consolidação do governo Lula, num momento em que a articulação política se torna fundamental para a aprovação e implementação de medidas de governo. A expectativa é de que a nova configuração fortaleça a interação entre os diversos setores do governo e os parlamentares, contribuindo para a estabilidade e a continuidade das políticas públicas anunciadas.