O assessor para assuntos internacionais da Presidência da República e ex-chanceler, Celso Amorim, afirmou à CNN Brasil no domingo (21) que a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, é a substituta natural de Joe Biden e a melhor escolha a ser feita para não “esfacelar” o Partido Democrata.
“Muito difícil ser outro nome. Se for outro, irá esfacelar o partido. Ela tem mais apoios, é uma questão natural. Quando tomou posse, Biden disse que era um mandato só, parecia que estava adivinhando”, disse Amorim, que não viu surpresa.
Na avaliação de Amorim, o presidente Biden, em “situações normais”, teria mais chances de vencer a disputa contra Trump. “Mas com esses últimos acontecimentos, a pressão era muito forte dentro do partido, dos próprios democratas, com risco de retirada de contribuições. Nestas circunstâncias, a Kamala é a melhor”, pontuou.
Amorim destacou o fato da vice de Biden ser uma mulher negra, o que transformaria sua vitória em um marco para o país, com repercussões no mundo.
O ex-chanceler ressaltou que a relação entre Biden e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de amizade, e que o Brasil aguarda a vinda dele, em novembro, para reunião do G20, independentemente do resultado nas urnas.
“Lula é amigo do Biden. O Brasil se deu bem com ele, Lula se deu bem na questão social, econômica, conversou bem. A questão é que lá dentro se tornou inviável”, ponderou Amorim.
“A gente espera que o Biden venha aqui ainda como presidente no G20, em novembro. Mesmo que já tenha havido eleição, ele será o presidente. Se ele vier, e a Kamala tiver ganho, podem vir os dois. Se for do outro jeito [vitória de Trump], também podem vir [o atual e o eleito]. Mas seria mais complexo”, concluiu.
