O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou nesta segunda-feira (20/1) que os ministros de seu governo não emitam portarias sem análise prévia da Casa Civil. A orientação foi anunciada durante a primeira reunião ministerial do ano, realizada na Granja do Torto, residência oficial da Presidência, em Brasília.
“De agora em diante, nenhum ministro vai poder fazer portaria que depois crie confusão para nós sem que essa portaria passe pela Presidência da República através da Casa Civil”, afirmou Lula. Ele destacou a necessidade de evitar decisões isoladas que possam gerar problemas futuros. “Muitas vezes a gente pensa que não é nada, mas alguém faz uma portaria, alguém faz um negócio qualquer, daqui a pouco arrebenta e vem cair na Presidência da República.” Completou.
O encontro ocorre em um contexto de tensão gerado por notícias falsas sobre mudanças na fiscalização de transações via Pix, o que teria motivado a recomendação do presidente. Lula aproveitou a ocasião para reforçar a importância de organização e planejamento no governo, afirmando que a reunião é um marco para definir as metas concretas até 2026.
“Esta vai ser uma reunião em que a gente vai definir concretamente o que a gente vai realizar até o final de 2026. Nós passamos dois anos arrumando a casa, trabalhando a terra, cultivando a terra, plantando as coisas, e nós agora já sabemos o que plantamos. Temos que ter certeza de que vamos colher tudo aquilo que nós plantamos”. Declarou o presidente.
Lula reconheceu que as entregas feitas até agora ainda não atingiram o nível esperado, mas demonstrou otimismo. “A entrega que nós fizemos para o povo ainda não foi a entrega que nós nos comprometemos em fazer em 2022 porque muitas das coisas que nós plantamos ainda não colhemos. Mas este ano será um ano de definição”, acrescentou.
A reunião acontece em meio às especulações sobre uma reforma ministerial, esperada para ocorrer após as eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, agendadas para 1º de fevereiro. A troca de cadeiras na Esplanada dos Ministérios é vista como uma estratégia para consolidar a base de apoio do governo no Congresso Nacional e assegurar maior governabilidade.
A postura firme de Lula ao exigir maior controle sobre as portarias ministeriais reflete uma tentativa de evitar crises internas e manter o foco no cumprimento das metas do governo, especialmente em um ano de desafios políticos e econômicos.