Mãe de jovem que planejava massacre ameaçou denunciá-lo à polícia

A mãe de um dos jovens de 17 anos que planejava executar um massacre em uma escola do Distrito Federal descobriu o conteúdo suspeito gravado pela dupla e ameaçou mostrar o material para a Polícia Civil (PCDF).

O Metrópoles teve acesso à conversa em que o adolescente conta a uma pessoa próxima que a mãe dele descobriu os vídeos com os preparativos para o massacre e cheios discursos de ódio ao acessar seu celular.

“Deu problema aqui, eu resolvi apagar o site porque minha mãe pediu para abrir uma coisa no meu celular e ela viu umas fitas minha e do Vodka [alcunha usada por um deles]”, narra o jovem (foto abaixo).

Após a mulher ter descoberto a trama, teria também aplicado um castigo, restringindo o acesso do adolescente ao celular.

Veja a conversa:

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O jovem contou que a sua mãe descobriu os planos ao acessar o seu celular

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Os jovens chamaram o plano de jogar bombas caseiras no centro de Brasília de “bomba anarquista com vodka”

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Uma suástica nazista foi desenhada com poeira

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Um sol negro, símbolo do movimento nazista, foi desenhado por eles em uma praça pública

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Os jovens desenharam caricatura de Hitler

Material cedido ao Metrópoles

Na última mensagem do print divulgado, o jovem confessa que a mãe teria dado uma bronca dizendo que iria entregar tudo para a polícia.

“Ela tentou botar medo em mim dizendo que ia mostrar pra polícia, mas ela não vai não porque quem seria presa é ela e não eu”, diz o adolescente.

Entenda o caso

Fabricação de armas e explosivos

Os estudantes do ensino médio gravaram vídeos em que aparecem manuseando as armas caseiras fabricadas por eles e descrevem os planos de abrir fogo contra pessoas na escola onde estudavam.

O outro adolescente chega a falar que pensou em fazer o massacre no dia 20 de setembro, na data do aniversário de 18 anos do amigo. “Que tal fazermos no seu aniversário? O seu presente vai ser atirar em preto  e matar gente”, relata.

Ainda no mesmo vídeo, o  garoto revela planos de comprar armas. “A gente quer comprar armas no mercado negro, mas não sabemos ainda como entrar nesse meio”.

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No mesmo vídeo, os dois seguem manuseando armas e reafirmam o desejo e ambição por matar outras pessoas. “Só preciso de armamento porque aí eu só vou matar ‘de boa’. Quem invade escola de faca, é imbecil”, dizem os dois jovens.

O Metrópoles teve acesso a vários vídeos e conversas que mostram os jovens fabricando armas e explosivos caseiros com a intenção de atirar e matar pessoas, especialmente pessoas negras e mulheres. O rosto, a voz e a identidade foram preservadas pelo fato dos suspeitos serem menores de idade.

Veja o vídeo dos preparativos:

Caso investigado pela PCDF

Após ser alertada pela Secretaria de Educação, a PCDF iniciou o monitoramento de redes sociais e investigação, constatando inicialmente que não havia risco iminente, pois a mãe de um dos adolescentes havia descoberto e repreendido o filho.

Dentre os materiais apreendidos divulgados pela PCDF, estão uma bandana de caveira e um caderno com desenhos de armas (foto em destaque).

Um dos adolescentes já se encontra em tratamento psiquiátrico. O outro foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente II (DCA II) para as providências cabíveis.

Os aparelhos apreendidos serão submetidos à perícia, e a investigação prossegue com o objetivo de identificar possíveis conexões com grupos e prevenir novos riscos.

A DPCEV orienta os pais e responsáveis a acompanharem os conteúdos acessados por seus filhos na internet e reforça que permanece à disposição para recebimento de alertas e denúncias.

O caso seguirá sendo investigado pela Polícia Civil.

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