MST realiza encontro para organizar candidaturas sem-terra no país

Movimento estima que terá até 700 representantes na eleição de 2024, entre assentados e aliados

Centenas de pessoas carregam bandeiras vermelhas em frente a prédios em BrasíliaCentenas de pessoas carregam bandeiras vermelhas em frente a prédios em Brasília Grupo participa de terceiro Congresso Nacional do MST, em 1995 - Debora Lerrer/Coletivo de Acervo e Memória MS

O MST vai realizar na próxima semana um encontro de pré-candidatos que fazem parte do movimento ou são apoiados por ele em 2024. A ideia é organizar assentados, acampados e aliados com pretensões eleitorais de 24 estados e do Distrito Federal e alinhá-los às bandeiras dos sem-terra.

O encontro acontecerá entre 9 e 11 de julho na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP), e contará com a participação de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, Paula Coradi, presidente do PSOL, e Walter Sorrentino, vice-presidente do PCdoB.

“O povo do MST tem muito candidatos nos assentamentos. Só que acabam saindo bons candidatos e também outros que não são bons, abrindo espaço para partidos sem compromisso com a reforma agrária”, afirma João Paulo Rodrigues, dirigente nacional do MST e um dos responsáveis pela articulação política do movimento.

Segundo ele, trata-se da primeira vez que o MST faz um encontro para organização e alinhamento de suas candidaturas nesses moldes e com essa dimensão.

Rodrigues estima que, somando membros do MST e aliados da causa, o movimento terá entre 500 e 700 pré-candidatos a vereador, vice-prefeito e prefeito em 2024. Até o momento, em São Paulo serão 19 candidatos. Na Bahia, 32, e em Pernambuco, 21.

Ele afirma que esse encontro deverá mostrar aos candidatos como eles podem apresentar em suas campanhas os temas que o MST está discutindo com a sociedade, divididos em três grandes eixos: luta pela terra, preservação ambiental e alimentos saudáveis.

Uma das plataformas a serem defendidas, diz Rodrigues, é a inclusão desses últimos na merenda escolar.

O dirigente sem-terra ainda afirma que o movimento pretende reforçar em seus acampamentos e assentamentos a importância de que seus membros apoiem candidatos progressistas de todos os partidos.

“Não podemos deixar que a direita adentre os assentamentos como ela faz em outros segmentos. Para nós, a campanha tem sentido político, mais que eleitoral”, conclui Rodrigues.

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