Nascidos após 1939 dificilmente viverão até os 100 anos, diz estudo

O ritmo do aumento na expectativa de vida vem caindo com o passar dos anos. Depois de uma alta expressiva até meados dos anos 1930, com o advento de vacinas e tratamentos médicos, pesquisadores detectaram uma queda a partir de 1939. Segundo os cientistas, nascidos a partir deste ano dificilmente viverão até os 100 anos.

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A análise foi feita com dados de 23 países de alta renda e baixa mortalidade, comparando diferentes gerações nascidas entre 1939 e 2000. As descobertas foram publicadas em julho na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Os pesquisadores encontraram diferenças entre o passado e o presente. Entre 1900 a 1938, a expectativa de vida cresceu rapidamente, em média 5,5 meses a mais por geração. Já para nascidos entre 1939 e 2000, o crescimento diminuiu para 2,5 a 3,5 meses por geração, dependendo do método de cálculo.

“Todos os métodos de previsão mostram que a expectativa de vida para aqueles nascidos entre 1939 e 2000 está aumentando mais lentamente do que no passado. Dependendo do método utilizado, a taxa está diminuindo entre 37% e 52%”, diz o autor principal do estudo, José Andrade, do Instituto Max Planck de Pesquisa Demográfica (MPIDR), em comunicado.

Andrade explica que se o ritmo de crescimento do início do século 20 tivesse se mantido, uma pessoa nascida em 1980 tinha a possibilidade maior de viver até os 100 anos.

Durante a pesquisa, a equipe utilizou informações do Banco de Dados de Mortalidade Humana (HMD, na sigla em inglês). Foram usados seis métodos distintos de previsão de mortalidade, incluindo modelos tradicionais e modernos de análise estatística.

A pluralidade de métodos tinha o objetivo de garantir resultados mais confiáveis e robustos para o estudo.

Por que o aumento na expectativa de vida desacelerou

No começo do século 20, muitas pessoas morriam ainda bebês ou nos primeiros anos devido à falta de vacinas, antibióticos e más condições de higiene. Com os avanços médicos, o crescimento da expectativa de vida foi impulsionado.

No entanto, esses fatores se tornaram comuns e não são considerados “novidades” para um aumento da taxa de expectativa de vida, abrindo poucas brechas para melhorias. Uma possível solução seria melhorar a qualidade de vida de idosos.

Alguns avanços na medicina fizeram a expectativa de vida crescer na primeira metade do século 20

No entanto, mesmo que as condições de sobrevivência de idosos evoluam, os autores concluem que o ritmo atual de melhorias não é suficiente para manter o mesmo padrão de crescimento anterior, tornando os ganhos de expectativa de vida ainda aquém dos saltos obtidos no século anterior.

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