Familiares e amigos se reuniram no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, nesta quinta-feira (6/11), para se despedir de Allany Fernanda, jovem de 13 anos que morreu baleada na cabeça.
A menina foi velada com caixão fechado em uma despedida marcada por lágrimas, dor e um desejo presente em todos: justiça.
A família usava uma camiseta de Paula com a foto de Allany junto a uma mensagem que dizia: “A dor da saudade é eterna. Você foi embora cedo demais, mas seu amor ficará para sempre em nós.”
Leia também
Allany morava com a tia Paula Cristine. Em conversa com o Metrópoles, ela relembrou a rotina e o carinho que as duas cultivavam uma pela outra. Na noite anterior ao crime, as duas conversaram pelo telefone e Allany a chamou para visitar o túmulo do tio no cemitério.
“A todo momento ela ligava para mim falando ‘tia, eu te amo’. Quando foi no domingo, que ela não me deu notícia, meu coração começou a apertar e pensei que alguma coisa de errado tinha acontecido”, contou.
Com a voz embargada e com lágrimas escorrendo, ela externou seu sentimento de revolta com o crime cometido com sua sobrinha.
“O mundo tá cheio de predadores. E ela foi só mais uma vítima de pessoas covardes que fizeram isso com ela. Espero que tenha justiça”, contou.
A tia afirmou ainda que Allany era gentil e bondosa com todos. “Ela era uma menina muito feliz e queria ver todo mundo feliz do lado dela. Não tinha maldade com nada e nem com ninguém. Para ela, todo mundo era bom e tinham um coração bom também”, destaca a tia.
A mesma alegria citada por Paula, é relembrada por Cristiano Alves, presidente da Quadrilha de Bamboleá, grupo do qual a jovem participava. “O tempo todo ela era brincalhona e se preocupava com os outros. Era muito dedicada, esforçada e carinhosa. E sempre levava alegria a todos. Nós [grupo] agora ficamos de coração partido. Vai deixar saudades”, desabafou.
O velório
Na capela, choros e cânticos de igreja, juntamente de um violão sendo tocado, ecoavam pelo salão enquanto amigos e família se despediam da jovem.
Enquanto alguns permaneciam dentro da capela, outros entravam, mas saíam de imediato do salão chorando.
Daqueles que saíram, a maioria eram jovens que buscavam consolo e conforto ao lado de seus pais, buscando entender “como” e “porquê” essa barbárie ocorreu.
Sepultamento
No momento da saída da capela, silêncio e dor.
O silêncio, que iniciou a trajetória do momento do sepultamento, foi interrompido brevemente por um bate-boca dos familiares da jovem com a presença de convidados indesejados.
Apesar da leve discussão, a situação se apaziguou e o silêncio retomou ao longo do caminho até a cova do caixão.
No local do sepultamento, um último desabafo da mãe da jovem foi feito. “Acabaram com a nossa a família. Todo preço que esse menino tiver pagar, ele vai pagar na Justiça”, disse a mãe dae Allany.
Enquanto o caixão descia, os acompanhantes puxaram uma oração seguida de outros cânticos da igreja ao som da melodia do violão.
Por fim, um grito de guerra da Quadrilha Bamboleá simbolizou a última memória da jovem acompanhada de uma salva de palmas e balões brancos sendo soltos.
O caso
O suspeito de matar Allany é Carlos Eduardo Pessoa Tavares, de 20 anos. Ele foi preso em flagrante e segue detido pode decisão judicial. Ela estava na casa dele quando a menina foi atingida com um tiro na cabeça. Inicialmente, a polícia informou que o rapaz namorava com Allany há poucos dias. No entanto, nesta quarta-feira (5/11), em um novo depoimento para a polícia Carlos negou relacionamento com a jovem e confessou que matou Allany mas disse que foi um tiro acidental. Segundo o advogado Allany e Carlos estavam na casa do rapaz com um grupo de amigos quando a arma disparou acidentalmente e acertou a jovem na cabeça. Ela morreu no hospital após perder massa encefálica.