Com a morte de Eweline Passos Rodrigues, aos 28 anos, na última sexta-feira (15/8), reacenderam-se os questionamentos sobre as tatuagens espalhadas pelo corpo da criminosa, conhecida como Diaba Loira, integrante do Terceiro Comando Puro (TCP).
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Nos últimos meses, a Diaba Loira viralizou nas redes sociais após fazer diversas postagens polêmicas, nas quais falava sobre ameaças e mortes. No entanto, o que mais chamava a atenção durante suas aparições eram as tatuagens marcantes em seu corpo. Entre elas:
- Tatuagem de um olho – geralmente associada à vigilância e proteção;
- Tatuagem de máscaras de teatro, que significa “Chora agora, ri depois” – comum entre criminosos.
Tatuagens e significados
As tatuagens estão cada vez mais populares na sociedade e, no mundo do crime, elas ganharam um significado ainda mais profundo. Muitos criminosos passaram a utilizar esses desenhos como uma espécie de código.
Águia, âncora, símbolo do Yin Yang, rosas, flores, gnomos, carpas — por trás de figuras aparentemente inocentes gravadas na pele, podem estar escondidos segredos obscuros, revelados apenas a quem conhece essa linguagem silenciosa.
Veja:
Tatuagem das costas da Diaba Loira
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Outras tatuagens
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Diaba Loira tinha o corpo todo tatuado
Reprodução / Redes sociais
Mais detalhes:
- As tatuagens dentro do sistema carcerário vão muito além da estética.
- Elas não são feitas apenas para adornar a pele, mas funcionam como códigos silenciosos, carregando significados profundos e, muitas vezes, sombrios.
- Marcam a ficha criminal do detento, servem como alerta para indicar, entre si, o nível de periculosidade dos presos.
- Em alguns casos, como uma sentença visual — especialmente para criminosos sexuais, que podem ser punidos por outros internos ao serem identificados por esses símbolos.
No Brasil, a análise sistemática desse fenômeno começou na década de 1920, com o médico psiquiatra José de Mello Moraes, pioneiro no estudo da criminalidade através das tatuagens. Na recém-inaugurada Casa de Detenção do Carandiru, na zona norte de São Paulo, ele deu início a um extenso levantamento.
Ao longo de 20 anos, Moraes produziu cerca de 2.600 fichas catalogando tatuagens de detentos, ajudando a decifrar o universo simbólico das prisões brasileiras. Muitos dos significados identificados por ele ainda permanecem em uso — outros, embora esquecidos, continuam assombrando as paredes das celas e a pele dos condenados.
Figuras tatuadas encontradas no corpo da traficante que foi executada a tiros durante um confronto com integrantes da facção rival, o Comando Vermelho (CV), tinham um significado. O tiroteio ocorreu nas comunidades do Fubá e do Campinho, na zona norte do Rio de Janeiro. Seu corpo foi desovado em Cascadura.
Veja imagens: