Policiais civis da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) da Polícia Civil do DF (PCDF), com apoio da Polícia Civil de São Paulo, deflagraram, nesta quinta-feira (18/12), a segunda fase da Operação Finório. O objetivo é desmantelar uma associação criminosa interestadual especializada na aplicação de golpes contra pessoas idosas.
Vídeo da Operação Finório:
Conforme apurado, a quadrilha movimentava valores expressivos, com estimativa de até R$ 7 milhões por ano. Cada período de atuação em uma cidade rendia, em média, R$ 150 mil, totalizando aproximadamente R$ 600 mil mensais. Somente no Distrito Federal, onde o grupo atuou em três períodos distintos ao longo de 2025, foram registradas 19 ocorrências policiais, com prejuízo aproximado de R$ 500 mil às vítimas.
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Mais detalhes:
- Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em residências vinculadas aos chamados “conteiros” da organização criminosa – indivíduos responsáveis pelo recebimento e pela movimentação dos valores ilícitos obtidos pelos executores diretos dos crimes, mediante o pagamento de comissões proporcionais aos montantes desviados.
- As ordens judiciais foram cumpridas nos municípios de São Paulo (capital), Santos, Praia Grande, Suzano e Mogi das Cruzes.
- Durante as diligências, os policiais apreenderam dezenas de cartões de crédito utilizados na prática criminosa conhecida como “golpe da troca do cartão”, além de documentos de identidade pertencentes a terceiros e outros elementos de interesse para a investigação.
Na primeira fase da Operação Finório foi revelado um esquema criminoso altamente organizado e com atuação itinerante em diversas capitais brasileiras. O grupo, oriundo do estado de São Paulo, deslocava-se semanalmente para aplicar golpes direcionados, principalmente contra pessoas idosas, explorando sua vulnerabilidade.
Como os criminosos agiam
O modus operandi consistia na abordagem das vítimas em caixas eletrônicos localizados em shopping centers e supermercados, sob o falso pretexto de oferecer auxílio em operações bancárias, como supostas atualizações de chip ou resolução de pendências no sistema. Durante essa falsa assistência, os criminosos substituíam os cartões bancários das vítimas, obtinham senhas e dados pessoais e, posteriormente, realizavam compras de alto valor ou pagamentos de boletos, direcionando os recursos para contas de terceiros — os chamados “conteiros”.
A Polícia Civil reforça o alerta à população, especialmente às pessoas idosas, para que não aceitem ajuda de desconhecidos em caixas eletrônicos, devendo procurar exclusivamente funcionários devidamente identificados das instituições bancárias ou dos estabelecimentos comerciais.