PGR denuncia mulher que pichou ‘perdeu, mané’ em estátua do STF

Debora Rodrigues, presa pela PF dois meses após o 8 de Janeiro, foi acusada de associação criminosa, dano qualificado por violência e grave ameaça, além de outros crimes

STF - Agência Brasil/arquivo

STF - Agência Brasil/arquivo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma mulher flagrada por fotógrafos pichando a Estátua da Justiça, localizada em frente à Corte, com os dizeres “perdeu mané”, durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Debora Rodrigues foi presa pela Polícia Federal cerca de dois meses depois.

De acordo com as investigações da operação Lesa Pátria, a Rodrigues são imputados os crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima, além de deterioração de patrimônio tombado.

A denúncia da PGR está sob sigilo. A frase escrita por Rodrigues na estátua faz referência à resposta do ministro do STF Luís Roberto Barroso a bolsonaristas que o hostilizaram durante uma viagem aos Estados Unidos, em 15 de novembro de 2022.

Na ocasião, Barroso caminhava em Nova York quando um homem perguntou se ele responderia às Forças Armadas e se deixaria “o código-fonte [das urnas] ser exposto”. O manifestante disse: “O Brasil precisa de resposta, ministro”. O magistrado então rebateu: “Perdeu, mané, não amola”.

Durante a fase do inquérito, a defesa de Rodrigues afirmou que “todos os prazos foram extrapolados sem qualquer justificativa plausível” e que a prisão, de mais de 480 dias, “ultrapassa o princípio da razoabilidade”.

O advogado ainda argumentou que a transferência de sua cliente para Tremembé, cidade 229 quilômetros distantes de onde mora, no interior de São Paulo, fere de morte a proteção integral da criança, visto que ela tem dois filhos menores de idade.

Sair da versão mobile