Não é de hoje que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) vem ocupando manchetes nos noticiários, seja na parte operacional com algumas arbitrariedades, ou na parte administrativa, como por exemplo, na saúde e contratos.
Se sabe que várias funções são altamente técnicas, que necessitam de uma farta complexidade de conhecimento, mas o maior problema da PMDF nos últimos anos é simplesmente a fraca gestão. Como uma pessoa que não conhece bem sua empresa pode ser o responsável pela administração? Como uma pessoa que não conhece seu produto e o processo podem melhorar a produção e venda?
Fizemos essa analogia para dizer que os últimos Comandantes que a PMDF estão contidos neste sentido, pois a maioria passou mais tempo fora da caserna em locais burocráticos, ou não trabalhou na parte operacional, a mais importante e principal função da Instituição.
Conversando com vários policiais que encontrei na rua, os mesmos disseram que a tropa não conhecia seus derradeiros comandantes. Como pode existir um comandante cuja tropa não o conhece? Quem nem sequer sabe seu nome? Como posso conhecer um comandante que não trabalhou na rua? Que ordem ele pode dar se não tem experiência? Como pode sair Coronel alguém que não conhece os policiamentos, as técnicas operacionais e sua própria tropa?
Tudo isso por pessoas que foram lá colocadas, ou foram promovidas, por meras questões políticas: o amigo do parlamentar, o parente do Secretário, ou o “peixe” como se fala no meio militar, o amigo da autoridade.
Essas questões mostram o por quê da má gestão, da falta ou perda de comando da tropa e da falha no policiamento, pois quem está à frente está totalmente perdido. A falta de vivência e de experiência agrega todos estes problemas, que refletem diretamente no serviço interno ou naquele prestado para a sociedade.
Para salientar, recentemente aconteceu um acidente grave com um tenente de Alagoas que está internado em estado grave porque num curso de adestramento de cães ele se afogou em uma manilha. Daí se pergunta: pra quê um adestrador precisa passar por dentro de uma manilha com água? Estava previsto? E qual é a finalidade disso? O Comandante sabia disso?
O Coronel Klepter Rosa, que atualmente está preso por ordem do STF, foi um que a tropa simplesmente não o conhecia. Ele não fez uma única reunião com sua tropa para se apresentar e mostrar seu plano de comando.
O atual Comandante, Coronel Adão (foto acima), ninguém também o conhece, nem sequer sabiam seu nome. Policiais falaram que nunca tinham ouvido falar dele, e como ele pôde ser escolhido assim? Quais foram os critérios utilizados?
Existe respeito a ambos os comandantes, mas citamos algo que a própria tropa fala, mas não podem se manifestar publicamente e nas redes sociais devido às leis militares e o momento político extremamente delicado.
“O Alto Comando da PMDF só tem Coronéis desconhecidos da tropa e que não tem experiência operacional, exceto o Alcenor”, segundo militares ouvidos em 4 regiões administrativas, Paranoá, Planaltina, São Sebastião e Brazlândia.
Fica uma dúvida: por quê os coronéis que de fato conhecem a tropa, que são operacionais e conhecem os problemas da corporação não estão comandando? Por quê eles não têm oportunidades? Será que é porque estão com sua tropa nas ruas e não tem tempo para ir a eventos com autoridades políticas?
São indagações que sargentos e subtenentes com experiência que alertaram para esses questionamentos. Elogiaram o Cel Alcenor pelo trabalho Operacional, bem conhecido, mas lhe falta tato no âmbito administrativo. Ele talvez seja o único que está no seu devido lugar, o restante está perdido.
Tem outros nomes na tropa que deveriam estar no Comando pelas suas características, mas não quiseram falar os nomes porque não tiveram sua autorização, mas que existem uns 4 ou 5 coronéis preparados para comandar e levar a PMDF ao nível que ela merece.
Segundo informações, o Ministério da Justiça, o governador Ibaneis e o Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal já analisam nomes para assunção definitiva do cargo. E precisamente existe um nome em consenso que a tropa vai gostar, por ter muita competência administrativa e operacional.