Um professor da rede pública de ensino do Distrito Federal foi preso preventivamente por perseguir uma advogada há mais de três meses. Equipes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I (Deam I) cumpriram o mandado de prisão, nessa segunda-feira (21/8), em nome do servidor da Secretaria de Educação Paulo Rogério de Oliveira. Ele responderá pelo crime de stalking.
De acordo com a vítima, que terá a identidade preservada, a relação com o educador começou em julho de 2022, quando se conhecerem por meio de um aplicativo de relacionamento. Após perceber que o funcionário público era possessivo e controlador, a advogada decidiu colocar um ponto final na relação, em setembro do mesmo ano.
Já em fevereiro deste ano, o casal voltou a se reaproximar, e o professor passou a morar na casa da então companheira. Após quatro meses, começaram as ameaças. Depois do rompimento, a advogada precisou exigir que o agressor parasse de procurá-la, mandar mensagens e de se aproximar de amigos e familiares, o que não ocorreu.
Medidas protetivas
Acuada, a mulher procurou a delegacia e requereu medidas protetivas de urgência para tentar se resguardar e evitar as investidas do docente. A ordem judicial exigia que o agressor mantivesse distância em um limite mínimo de 300 metros e proibição de contato por qualquer meio de comunicação.
Mesmo assim, o homem chegou a quebrar e descumprir as medidas pelo menos duas vezes, o que respaldou o pedido de prisão preventiva expedido pela Justiça. Na última sexta-feira (18/8), o professor tentou obter informações sobre a rotina da advogada em um edifício onde ela mantém escritório. O fato chamou a atenção de uma testemunha, que entrou em contato com a advogada.
No mesmo dia, o docente, com ordem expressa da Justiça em manter distância, tentou procurar pela advogada no prédio onde ela mora. Câmeras de segurança chegaram a flagrá-lo na porta da casa da vítima, às 6h58. Após ser preso pelas equipes da Deam, o servidor da Educação foi levado para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE).
Secretaria de Educação
A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal informa em nota que “vai apurar o caso por meio de processo administrativo, sigiloso, no âmbito da Corregedoria e que adotará todas as medidas cabíveis nos termos da Lei Complementar nº 840/2011”.
A pasta afirma ainda que “eventuais processos administrativos autuados contra servidores correm em sigilo” e que “repudia qualquer tipo de violência e reforça o compromisso e empenho na apuração dos fatos”.