Uma das investigadas na Operação Opções Binárias, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (16/12), Dayanne Bezerra (foto em destaque) é advogada e influenciadora digital.
Vídeo da Operação Opções Binárias:
Irmã da também advogada e influencer Deolane Bezerra, Dayanne conta com 4 milhões de seguidores no Instagram. A investigada é marcada por diversas polêmicas ao longo de sua trajetória. Aos 23 anos, foi presa pelos crimes de falsidade ideológica e estelionato. Atualmente, é sócia do escritório Bezerra Advogados & Associados, juntamente com a irmã, Daniele Bezerra.
Em fevereiro deste ano, Dayanne publicou um vídeo promovendo uma empresa de apostas legalizada no Brasil. Na gravação, afirmou ter apostado R$ 8 no chamado “Jogo do Tigrinho”, por meio da plataforma BBR Bet, obtendo um retorno de R$ 240 em apenas um minuto — um lucro estimado de 3.000%.
Já em novembro, Dayanne Bezerra voltou a se envolver em controvérsia após um episódio ocorrido em um condomínio de luxo em São Paulo. O caso envolve supostas agressões sofridas pela influenciadora digital na academia do residencial.
Entenda o caso:
- Ação policial desta terça teve como objetivo desarticular uma organização criminosa suspeita de atuar em fraudes financeiras por meio de casas de apostas on-line irregulares.
- O grupo é investigado por crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital, que teriam causado prejuízos milionários ao Sistema Financeiro Nacional.
- De acordo com as investigações, a organização criminosa movimentou mais de R$ 50 milhões de forma ilegal.
Veja imagens:
Irmã da Deolane Bezerra
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Irmã de Deolane
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A organização criminosa movimentou mais de R$ 50 milhões de forma ilegal
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O grupo é investigado por crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital
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Dayanne Bezerra
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PF deflagra a Operação Opções Binárias em cinco estados
Reprodução / PF
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Mais detalhes:
- Ao todo, estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais localizados em São Fidélis (RJ).
- As diligências também ocorrem em bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro, como Barra da Tijuca e Recreio, além de Goiânia (GO).
- As buscas acontecem em Manaus (AM), Campos dos Goytacazes (RJ), Santana do Parnaíba (SP) e Barra do Bugres (MT).
- A Justiça também determinou o sequestro de veículos, bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados.
- A medida atinge ainda três pessoas jurídicas, sendo que duas delas tiveram as atividades suspensas.
Além das buscas, quatro investigados foram alvo de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a proibição de exercer atividades econômicas ligadas a investimentos, jogos e apostas, restrição de deslocamento para fora da cidade de residência, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, além de monitoramento por tornozeleira eletrônica.
As investigações tiveram início após a Polícia Federal identificar indícios de enriquecimento ilícito envolvendo influenciadores digitais de São Fidélis (RJ). A apuração revelou um esquema estruturado, com a participação de empresários, influenciadores digitais e contatos chineses, operando em diferentes frentes.
Segundo a PF, o grupo atuava basicamente de três formas:
- Fornecimento de serviços de manipulação de plataformas de opções binárias, realizados por operadores chineses.
- Esses serviços eram adquiridos por investigados e revendidos a terceiros, com promessas de lucros elevados e irreais.
- Contratação de influenciadores digitais para promover plataformas de apostas e opções binárias.
- Os contratos previam que os investigados lucrariam diretamente com as perdas dos apostadores captados pelos influenciadores.
- Criação de uma plataforma própria de opções binárias, utilizada para atrair clientes.
- Quando os usuários obtinham ganhos, o grupo recorria a práticas fraudulentas, como bloqueio de contas e impedimento de saques.
- Em cerca de dois anos, apenas um dos investigados recebeu mais de R$ 28,3 milhões sem qualquer lastro financeiro.
- A Polícia Federal estima que o montante total captado ilegalmente ultrapasse os R$ 50 milhões.
As apurações também indicaram que membros do grupo já tinham envolvimento prévio com a gestão de casas de apostas on-line sem regulação, antes mesmo da atuação no mercado de opções binárias.
As chamadas plataformas de opções binárias funcionam como ambientes virtuais nos quais o usuário aposta na valorização ou desvalorização de ativos em curtíssimo prazo, sem adquirir o bem negociado.
Por se assemelharem a jogos de azar, essas operações são consideradas de alto risco e não são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil, o que deixa o investidor sem qualquer proteção legal.
Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital.
A coluna não localizou a defesa dos envolvidos. O espaço segue aberto.
